Isavuconazol: bula, para que serve e como usar

Hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes mencionados na composição. Coadministração com cetoconazol.

A coadministração com doses elevadas de ritonavir (>200 mg a cada 12 horas). A coadministração com fortes indutores de CYP3A4/5, tais como rifampicina, rifabutina, carbamazepina, barbitúricos de longa duração (por exemplo, fenobarbital), fenitoína e erva-de-São-João ou com indutores moderados de CYP3A4/5 como efavirenz, nafcilina e etravirina.

Pacientes com síndrome do QT curto familiar.

Cápsula

Uso oral – cápsulas.

Isavuconazol cápsulas deve ser ingerido com um copo de água.

Este medicamento não deve ser cortado, aberto ou partido.

Descarte do medicamento não usado ou vencido

Não descarte Isavuconazol no lixo comum ou na rede coletora de esgoto. Leve a um posto de saúde ou farmácias que coletam medicamentos não utilizados. O descarte incorreto do medicamento pode poluir o meio ambiente.

Injetável

Uso intravenoso – Pó liofilizado para infusão.

Precauções a serem tomadas antes de manipular ou administrar o medicamento

Isavuconazol deve ser reconstituído e depois diluído para uma concentração correspondente a aproximadamente 0,8 mg/mL de isavuconazol antes da administração por infusão intravenosa durante um período mínimo de 1 hora para reduzir o risco de reações relacionadas com a infusão. A infusão deve ser administrada através de um conjunto de infusão com um filtro em linha com uma membrana microporosa feita de polietersulfona (PES) e com um tamanho de poro de 0,2 μm a 1,2 μm.

Isavuconazol só deve ser administrado por via intravenosa.

Isavuconazol 200 mg pó liofilizado para solução para infusão deve ser reconstituído e diluído antes da infusão.

Reconstituição

Um frasco do pó liofilizado para solução para infusão deve ser reconstituído por adição de 5 mL de água para injetáveis no frasco. O frasco deve ser agitado para dissolver completamente o pó. A solução reconstituída deve ser inspecionada visualmente para detectar partículas e descoloração. O concentrado reconstituído deve ser translúcido e sem partículas visíveis. Deve ser diluído antes da administração.

Diluição e administração

Após a reconstituição, todo o conteúdo do concentrado reconstituído deve ser removido do frasco e adicionado a uma bolsa de infusão contendo ao menos 250 mL de solução injetável de cloreto de sódio 9 mg/ml (0,9%) ou solução de dextrose 50 mg/mL (5%). A solução de infusão contém aproximadamente 1,5 mg / mL de sulfato de isavuconazônio (correspondente a aproximadamente 0,8 mg de isavuconazol por mL). Após o concentrado reconstituído ser diluído, a solução diluída pode apresentar partículas finas brancas a translúcidas de isavuconazol, que não sedimentam (mas serão removidas por filtração em linha). A solução diluída na bolsa deve ser misturada suavemente, ou com movimentos circulares para minimizar a formação de partículas. Devem ser evitadas vibrações desnecessárias ou agitação vigorosa da solução. A solução para infusão deve ser administrada através de um conjunto de infusão com um filtro em linha (tamanho de poro de 0,2 μm a 1,2 μm) feito de polietersulfona (PES).

O isavuconazol não deve ser infundido na mesma linha ou cânula concomitantemente com outros produtos intravenosos.

A estabilidade química e física em uso após reconstituição e diluição foi demonstrada durante 24 horas entre 2°C e 8°C, ou 6 horas à temperatura ambiente.

Do ponto de vista microbiológico, o produto deve ser utilizado imediatamente. Caso não utilizado imediatamente, os tempos e condições de armazenamento em uso antes da utilização são da responsabilidade do usuário e normalmente não serão superiores a 24 horas entre 2°C e 8°C, a menos que a reconstituição e a diluição tenham ocorrido em condições assépticas controladas e validadas.

Se possível, a administração intravenosa de isavuconazol deve ser concluída dentro de 6 horas após a reconstituição e diluição à temperatura ambiente. Caso não seja possível, a solução de infusão deve ser imediatamente refrigerada após a diluição, e a infusão deve ser concluída dentro de 24 horas. Uma linha intravenosa existente deve ser lavada com solução injetável de cloreto de sódio 9 mg/mL (0,9%) ou solução de dextrose 50 mg/mL (5%).

Este medicamento é para uso único. Descarte os frascos parcialmente usados.

Qualquer medicamento não utilizado ou material de resíduos deve ser descartado de acordo com os regulamentos sanitários específicos.

Descarte do medicamento não usado ou vencido

Não descarte Isavuconazol no lixo comum ou na rede coletora de esgoto. Leve a um posto de saúde ou farmácias que coletam medicamentos não utilizados. O descarte incorreto do medicamento pode poluir o meio ambiente.

Posologia do Isavuconazol


Dose de ataque

A dose de ataque recomendada é um frasco após reconstituição e diluição (equivalente a 200 mg de isavuconazol) a cada 8 horas durante as primeiras 48 horas (6 administrações no total). Isavuconazol deve ser administrado através de um filtro de linha por um tempo mínimo de 1 hora.

Dose de manutenção

A dose de manutenção recomendada é um frasco após reconstituição e diluição (equivalente a 200 mg de isavuconazol) uma vez por dia, começando 12 a 24 horas após a última dose de ataque.

A duração do tratamento deve ser determinada pela resposta clínica, que seriam a ausência de sinais e sintomas (exemplo: febre). Devido ao perfil de pacientes sob risco de aspergilose e mucormicose, a resposta clínica dependerá do status imunológico dos pacientes, que frequentemente está comprometido devido à doença de base. Dados de segurança e eficácia de uso do isavuconazol por mais de 6 meses são limitados. Assim, o equilíbrio benefício-risco deve ser cuidadosamente considerado. A mediana de tempo de tratamento da aspergilose invasiva no Estudo SECURE foi de 45 dias. No tratamento da mucormicose no Estudo VITAL a duração mediana do tratamento foi de 102 dias para pacientes classificados como primários, 33 dias para refratários e 85 dias para intolerantes.

Troca do medicamento de via intravenosa para o medicamento de via oral

Isavuconazol também está disponível em cápsulas duras contendo 100 mg de isavuconazol, equivalente a 186 mg de sulfato de isavuconazônio.

Com base na elevada biodisponibilidade oral (98%), a mudança entre administração intravenosa e oral é apropriada quando clinicamente indicado.

O tratamento com Isavuconazol deve ser acompanhado por um profissional de saúde. A interrupção do tratamento pode causar o reaparecimento da doença ou causar resistência ao medicamento.

Idosos

Não é necessário ajuste da dose para pacientes idosos; no entanto, a experiência clínica em pacientes idosos é limitada.

Insuficiência renal

Não é necessário ajuste da dose em pacientes com insuficiência renal, incluindo pacientes com doença renal terminal.

Insuficiência hepática

Não é necessário ajuste da dose em pacientes com insuficiência hepática leve ou moderada (Classes A e B de Child-Pugh).

Isavuconazol não foi estudado em pacientes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh classe C). A utilização nestes pacientes não é recomendada, a menos que o benefício potencial seja considerado superior aos riscos. Consulte as seções “Quais cuidados devo ter ao usar o Isavuconazol? e Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Isavuconazol?”.

População pediátrica

A segurança e a eficácia de Isavuconazol em crianças com idade inferior a 18 anos ainda não foi estabelecida. Não existem dados disponíveis.

Resumo do perfil de segurança

A frequência das reações adversas apresentada na Tabela 12 é baseada em dados de 403 pacientes com infecções fúngicas invasivas tratados com Isavuconazol em estudos de fase 3.

As reações adversas mais frequentes associadas ao tratamento foram exames de enzimas hepáticas elevadas (7,9%), náuseas (7,4%), vômitos (5,5%), dispneia (3,2%), dor abdominal (2,7%), diarreia (2,7%), reação no local da injeção (2,2%), dor de cabeça (2,0%), hipocalemia (1,7%) e erupção cutânea (1,7%).

As reações adversas que mais frequentemente conduziram à descontinuação permanente do tratamento com Isavuconazol foram: estado confusional (0,7%), insuficiência renal aguda (0,7%), aumento da bilirrubina no sangue (0,5%), convulsão (0,5%), dispneia (0,5%), epilepsia (0,5%), insuficiência respiratória (0,5%) e vômitos (0,5%).

Lista tabulada de reações adversas

A Tabela 12 apresenta reações adversas com isavuconazol no tratamento de infecções fúngicas invasivas, por Classes de Sistemas de Órgãos e frequência.

A frequência das reações adversas é definida como se segue:

  • Muito frequente (≥1/10);
  • Comum (≥1/100 a <1/10);
  • Rara (≥1/1,000 a <1/100).

Dentro de cada grupo de frequência, as reações adversas são apresentadas por ordem decrescente de gravidade.

Tabela 12. Resumo das reações adversas pela Classe de Sistema de Órgãos e frequências segundo terminologia MedDRA

Classes de Sistemas de Órgãos

Reações Adversas de Drogas

Distúrbios do Sistema Sanguíneo e Linfático

Raro

Neutropenia; Trombocitopenia ^; Pancitopenia; Leucopenia ^; Anemia ^

Distúrbios do Sistema Imunológico

Raro

Hipersensibilidade^

Distúrbios Metabólicos e Nutricionais

Comum

Hipocalemia; Diminuição do apetite

Raro

Hipomagnesemia; Hipoglicemia; Hipoalbuminemia; Desnutrição^

Distúrbios Psiquiátricos

Comum

Delírio^#

Raro

Depressão; Insônia^

Distúrbios do Sistema Nervoso

Comum

Dor de cabeça; Sonolência

Raro

Convulsão^; Síncope; Tonturas; Parestesia^; Encefalopatia; Pré-síncope; Neuropatia periférica; Disgeusia;

Distúrbios do Ouvido e Labirinto

Raro

Vertigem

Distúrbios Cardíacos

Raro

Fibrilação atrial; Taquicardia; Bradicardia^; Palpitações; Palpitação atrial: QT no Eletrocardiograma reduzido; Taquicardia supraventricular; Extra-sístoles ventriculares; Extra-sístoles supraventriculares

Distúrbios Vasculares

Comum

Tromboflebite^

Raro

Choque circulatório; Hipotensão

Distúrbios Respiratórios, Torácicos, e do Mediastino

Comum

Dispneia^; Insuficiência respiratória aguda^

Raro

Broncoespasmo; Taquipneia; Hemoptise; Epistaxe

Distúrbios Gastrointestinais

Comum

Vômitos; Diarreia, Náusea, Dor abdominal^

Raro

Dispepsia; Constipação; Distensão abdominal

Distúrbios Hepatobiliares

Comum

Enzimas hepáticas elevadas^#

Raro

Hepatomegalia, Hepatite

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo

Comum

Erupção cutânea medicamentosa^; Prurido

Raro

Petéquias; Alopecia; Erupção de drogas; Dermatite^

Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conjuntivo

Raro

Dor nas costas

Distúrbios renais e urinários

Comum

Insuficiência renal

Distúrbios gerais e condições do local de administração

Comum

Dores no peito^; Fadiga; Reação no local da injeção^

Raro

Edema periférico^; Mal-estar; Astenia

^ Indica a ocorrência do agrupamento de termos preferenciais apropriados em um único conceito médico.
# Consulte a seção Descrição das reações adversas selecionadas abaixo.

Descrição das reações adversas selecionadas

O delírio inclui reações de estado confusional.

A elevação dos exames de enzimas hepáticas inclui eventos de aumento da alanina aminotransferase, aumento da aspartato aminotransferase, aumento da fosfatase alcalina do sangue, aumento da bilirrubina no sangue, aumento da lactato desidrogenase sanguínea, aumento da gamaglutamiltransferase, aumento da enzima hepática, função hepática anormal, hiperbilirrubinemia, exame de função hepática anormal e aumento das transaminases.

Reações adversas observada no período pós-comercialização

As seguintes reações adversas adicionais foram notificadas durante estudos clínicos e/ou uso em comercialização, como pouco frequentes (≥1 / 1.000 a <1/100):

  • Doenças do sangue e do sistema linfático: neutropenia, trombocitopenia, anemia.
  • Perturbações gerais e alterações no local de administração: astenia.
  • Metabolismo e distúrbios nutricionais: desnutrição.
  • Distúrbios do Sistema Nervoso: tontura.
  • Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino: hemoptise, epistaxe.
  • Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: erupção medicamentosa.
  • Vasculopatias: colapso circulatório.

Eventos laboratoriais

Em um estudo clínico duplo-cego, randomizado, controlado, de 516 pacientes com doença fúngica invasiva causada por espécies de Aspergillus ou outros fungos filamentosos, foram relatadas transaminases hepáticas elevadas (alanina aminotransferase ou aspartato aminotransferase) > 3 × Limite Superior da Normalidade (ULN) no final do tratamento do estudo em 4,4% dos pacientes que receberam Isavuconazol. Elevações marcadas de transaminases hepáticas > 10 × ULN desenvolvidas em 1,2% dos pacientes recebendo isavuconazol.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos imprevisíveis ou desconhecidos.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos – VIGIMED, disponível em ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Sintomas

Sintomas relatados mais frequentemente em doses supra terapêuticas de Isavuconazol (equivalentes a 600 mg / dia de isavuconazol) avaliados em um estudo QT quando comparado ao grupo de dose terapêutica (equivalente a 200 mg / dia de isavuconazol) incluíram cefaleia, tontura, parestesia, sonolência, distúrbio de atenção, disgeusia, boca seca, diarreia, hipoestesia oral, vômitos, ondas de calor, ansiedade, inquietação, palpitações, taquicardia, fotofobia e artralgia.

Tratamento da superdose

O isavuconazol não é removido por hemodiálise. Não existe um antídoto específico para o isavuconazol. Em caso de superdose, deve ser instituído tratamento de suporte.

Em caso de intoxicação ligue 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.

Potencial de medicamentos para afetar a farmacocinética do isavuconazol

O isavuconazol é um substrato do CYP3A4 e do CYP3A5. A coadministração de medicamentos que são inibidores de CYP3A4 e / ou CYP3A5 pode aumentar as concentrações plasmáticas de isavuconazol. A coadministração de medicamentos que são indutores de CYP3A4 e / ou CYP3A5 pode diminuir as concentrações plasmáticas de isavuconazol.

Medicamentos que inibem CYP3A4/5

A coadministração de Isavuconazol com o forte cetoconazol inibidor da CYP3A4/5 está contraindicada, uma vez que este medicamento pode aumentar significativamente as concentrações plasmáticas de isavuconazol.

Para o inibidor forte de CYP3A4 lopinavir / ritonavir, observou-se um aumento de duas vezes na exposição ao isavuconazol. Para outros inibidores fortes de CYP3A4, tais como claritromicina, indinavir e saquinavir, pode esperar-se um efeito menos pronunciado, com base na sua potência relativa. Não é necessário qualquer ajuste da dose de Isavuconazol quando coadministrado com inibidores potentes de CYP3A4/5, no entanto, recomenda-se precaução, uma vez que as reações adversas aos medicamentos podem aumentar.

Não é necessário qualquer ajuste de dose para os inibidores CYP3A4/5 moderados.

Medicamentos que induzem CYP3A4/5

A coadministração de Isavuconazol com indutores potentes de CYP3A4/5, como rifampicina, rifabutina, carbamazepina, barbitúricos de longa duração (por exemplo, fenobarbital), fenitoína e erva-de-São-João, ou com indutores moderados de CYP3A4/5, como efavirenz, nafcilina e etravirina, é contraindicada, uma vez que estes medicamentos podem diminuir significativamente as concentrações plasmáticas de isavuconazol.

A coadministração com indutores de CYP3A4/5 leves, como aprepitanto, prednisona e pioglitazona, pode resultar em diminuição leve a moderada dos níveis plasmáticos de isavuconazol; recomenda-se evitar a coadministração com indutores leves de CYP3A4/5, a menos que o benefício potencial seja considerado como excedendo o risco.

A coadministração de doses elevadas de ritonavir (>200 mg duas vezes por dia) é contraindicada, uma vez que em doses elevadas o ritonavir pode induzir o CYP3A4/5 e diminuir as concentrações plasmáticas de isavuconazol.

Possibilidade de Isavuconazol afetar a exposição de outros medicamentos

Medicamentos metabolizados por CYP3A4/5

O isavuconazol é um inibidor moderado de CYP3A4/5; a coadministração de Isavuconazol com medicamentos que são substratos de CYP3A4/5 pode resultar num aumento das concentrações plasmáticas destes medicamentos.

Medicamentos metabolizados por CYP2B6

Isavuconazol é um indutor fraco de CYP2B6; a coadministração de Isavuconazol pode resultar em diminuição das concentrações plasmáticas dos substratos CYP2B6.

Medicamentos transportados por P-gp no intestino

Isavuconazol é um inibidor fraco da P-glicoproteína (P-gp); a coadministração com Isavuconazol pode resultar em concentrações plasmáticas aumentadas de substratos P-gp.

Medicamentos transportados pela Proteína de Resistência do Câncer de Mama (BCRP)

O isavuconazol é um inibidor in vitro de BCRP, podendo, portanto, aumentar as concentrações plasmáticas dos substratos BCRP. Recomenda-se precaução quando Isavuconazol é coadministrado com substratos BCRP.

Medicamentos excretados por via renal através de proteínas de transporte

Isavuconazol é um inibidor suave do transportador de cátions orgânicos 2 (OCT2). A coadministração de Isavuconazol com medicamentos que são substratos de OCT2 pode resultar num aumento das concentrações plasmáticas destes medicamentos.

Substratos de uridina difosfato-glucuronosiltransferase (UGT)

Isavuconazol é um inibidor fraco de UGT. A coadministração de Isavuconazol com medicamentos que são substratos de UGT pode resultar num aumento das concentrações plasmáticas destes medicamentos.

Tabela de interações

As interações entre o isavuconazol e os medicamentos coadministrados estão listadas na Tabela 3 (o aumento é indicado por “↑”, e a diminuição é indicada por “↓”), ordenadas por classe terapêutica.

Salvo indicação em contrário, os estudos detalhados na Tabela 11 foram realizados com a dose recomendada de Isavuconazol.

Tabela 11. Interações

Medicamento coadministrado por área terapêutica

Efeito nas concentrações de medicamento / Alteração de Média Geométrica (%) em AUC, Cmáx (Modo de ação)

Recomendação com relação à coadministração

Anticonvulsivos

Carbamazepina, fenobarbital e fenitoína (indutores fortes de CYP3A4/5)

As concentrações de isavuconazol podem diminuir (indução de CYP3A pela carbamazepina, fenitoína e barbitúricos de longa duração, como o fenobarbital)

A coadministração de Isavuconazol e carbamazepina, fenitoína e barbitúricos de longa duração, tais como fenobarbital, é contraindicada

Antibacterianos

Rifampicina (indutor forte de CYP3A4/5)

Isavuconazol:
AUCtau: ↓ 90%
Cmáx: ↓ 75%
(indução de CYP3A4/5)

A coadministração de Isavuconazol e rifampicina é contraindicada

Rifabutina (indutor forte de CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem diminuir significativamente. (indução de CYP3A4/5)

A coadministração de Isavuconazol e rifabutina é contraindicada

Nafcilina (indutos moderado de CY3A4/5)Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem diminuir significativamente. (indução de CYP3A4/5)A coadministração de Isavuconazol e nafcilina é contraindicada

Claritromicina (inibidor forte de CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem aumentar. (inibição de CYP3A4/5)

Não é necessário ajuste da dose de Isavuconazol; recomenda-se precaução, uma vez que as reações adversas aos medicamentos podem aumentar

Antifúngicos

Cetoconazol (inibidor forte de CYP3A4/5)

Isavuconazol:
AUCtau: ↑ 422%
Cmáx: ↑ 9%
(inibição de CYP3A4/5)

A coadministração de Isavuconazol e cetoconazol é contraindicada

Medicamentos à base de plantas

Erva-de-São-João (hipérico) (indutor forte de CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem diminuir significativamente. (indução de CYP3A4)

A coadministração de Isavuconazol e Erva-de-São-João é contraindicada

Imunossupressores

Ciclosporina, sirolimo, tacrolimo (substratos de CYP3A4/5)

Ciclosporina:
AUCinf: ↑ 29%
Cmáx: ↑ 6%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Ciclosporina, sirolimo, tacrolimo: monitoramento dos níveis plasmáticos e ajuste apropriado da dose, se necessário

 

Sirolimo:
AUCinf: ↑ 84%
Cmáx: ↑ 65%

Tacrolimo:
AUCinf: ↑ 125%
Cmáx: ↑ 42%
(inibição de CYP3A4)

Micofenolato de mofetila (MMF) (substrato UGT)

Ácido micofenólico (MPA, metabólito ativo):
AUCinf: ↑ 35%
Cmáx: ↓ 11%
(inibição de UGT)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. MMF: o monitoramento de toxicidades relacionadas ao MPA é aconselhável

Prednisona (substrato de CYP3A4)

Prednisolona (metabólito ativo):
AUCinf: ↑ 8%
Cmáx: ↓ 4%
(inibição de CYP3A4) As concentrações de isavuconazol podem diminuir

A coadministração deve ser evitada, a menos que o benefício potencial seja considerado como superior ao risco

Opioides

Opiáceos de ação curta (Alfentanil, fentanil) (substrato CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de opiáceos de ação curta podem aumentar. (inibição de CYP3A4/5)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Opiáceos de ação curta (alfentanil, fentanil): monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de toxicidade de drogas e redução de dose, se necessário

Metadona (substrato CYP3A4/5, 2B6 e 2C9)

S-metadona (isômero opiáceo inativo)
AUCinf: ↓ 35%
Cmáx: ↑ 1% 40% de redução em meia-vida terminal
R-metadona (isômero opiáceo inativo).
AUCinf: ↓ 10%
Cmáx: ↑ 4%
(indução de CYP2B6)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Metadona: não é necessário ajuste da dose

Anticâncer

Alcaloides da vinca (vincristina, vimblastina) (Substratos P-gp)

Não estudado. As concentrações de alcaloides de vinca podem aumentar. (inibição de P-gp)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Alcaloides de vinca: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de toxicidade de drogas e redução de dose, se necessário

Ciclofosfamida (substrato CYP2B6)

Não estudado. As concentrações de ciclofosfamida podem diminuir. (indução de CYP2B6)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Ciclofosfamida: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de falta de eficácia e aumento da dose, se necessário

Metotrexato (substratos de BCRP, OAT1, OAT3)

 

Metotrexato:
AUCinf: ↓ 3%
Cmáx: ↓ 11%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Metotrexato: não é necessário ajuste da dose

7-hidroxi-metabólito:
AUCinf: ↑ 29%
Cmáx: ↑ 15%
(Mecanismo desconhecido)

Outros agentes anticâncer (Daunorubicina, doxorrubicina, imatinibe, irinotecano, lapatinibe, mitoxantrona, topotecano) (substratos BCRP)

Não estudado. As concentrações de daunorubicina, doxorrubicina, imatinibe, irinotecano, lapatinibe, mitoxantrona, topotecano podem aumentar. (inibição de BCRP)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Daunorubicina, doxorrubicina, imatinibe, irinotecano, lapatinibe, mitoxantrona, topotecano: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de toxicidade de drogas e redução de dose, se necessário

Antidiabéticos

 Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem diminuir. (indução de CYP3A4/5)

A coadministração deve ser evitada, a menos que o benefício potencial seja considerado como superando o risco

Antidiabéticos

Metformina (Substrato OCT1, OCT2 e MATE1)

Metformina:
AUCinf: ↑ 52%
Cmáx: ↑ 23%
(inibição de OCT2)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Metformina: pode ser necessária redução da dose

Repaglinida (substrato de CYP2C8 e OATP1B1)

Repaglinida:
AUCinf: ↓ 8%
Cmáx: ↓ 14%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Repaglinida: não é necessário ajuste da dose

Anticoagulantes

Etexilato de dabigatrana (substrato P-gp)

Não estudado. As concentrações de etexilato de dabigatrana podem aumentar. (inibição de P-gp)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. O etexilato de dabigatrana possui um índice terapêutico estreito e deve ser monitorado, e a dose reduzida, se necessário

Varfarina (Substrato CYP2C9)

S-varfarina
AUCinf: ↑ 11%
Cmáx: ↓ 12%
R-varfarina
AUCinf: ↑ 20%
Cmáx: ↓ 7%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Varfarina: não é necessário ajuste da dose

Agentes antirretrovirais

Lopinavir 400 mg / Ritonavir 100 mg (inibidores e substratos fortes CYP3A4/5)

Lopinavir:
AUCtau: ↓ 27%
Cmáx: ↓ 23%
Cmín, ss: ↓ 16%a)
Ritonavir:
AUCtau: ↓ 31%
Cmáx: ↓ 33%
(Mecanismo desconhecido)

Não é necessário ajuste da dose de Isavuconazol; recomenda-se precaução, uma vez que as reações adversas aos medicamentos podem aumentar

Isavuconazol:
AUCtau: ↑ 96%
Cmáx: ↑ 74%
(inibição de CYP3A4/5)

Lopinavir/ritonavir: não é necessário ajuste da dose para lopinavir 400 mg / ritonavir 100 mg a cada 12 horas, mas monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de falta de eficácia antiviral

Ritonavir (em doses >200 mg a cada 12 horas) (indutor forte de CYP3A4/5)

Não estudado. Ritonavir em altas doses pode diminuir significativamente as concentrações de isavuconazol. (indução de CYP3A4/5)

A coadministração de Isavuconazol e altas doses de ritonavir (>200 mg a cada 12 horas) é contraindicada

Efavirenz (indutor moderado CYP3A4/5 e substrato CYP2B6)

Não estudado. As concentrações de efavirenz podem diminuir. (Indução de CYP2B6) As concentrações de isavuconazol podem diminuir significativamente. (indução de CYP3A4/5)

A coadministração de Isavuconazol e efavirenz é contraindicada

Etravirina (indutor moderado de CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem diminuir significativamente

A coadministração de Isavuconazol e etravirina é contraindicada

Indinavir (inibidor e substrato fortes CYP3A4/5)

Indinavir:b
AUCinf: ↓ 36%
Cmáx: ↓ 52%
(Mecanismo desconhecido) As concentrações de isavuconazol podem aumentar.
(inibição de CYP3A4/5)

Não é necessário ajuste da dose de Isavuconazol; recomenda-se precaução, uma vez que as reações adversas aos medicamentos podem aumentar. Indinavir: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de falta de eficácia antiviral e aumento da dose, se necessári

Saquinavir (inibidor forte de CYP3A4)

Não estudado. As concentrações de saquinavir podem diminuir (conforme observado como lopinavir/ritonavir) ou aumentar (inibição CYP3A4). As concentrações de isavuconazol podem aumentar. (inibição de CYP3A4/5)

Não é necessário ajuste da dose de Isavuconazol; recomenda-se precaução, uma vez que as reações adversas aos medicamentos podem aumentar. Saquinavir: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de toxicidade de drogas e / ou falta de eficácia antiviral e ajuste da dose se necessário

Outros inibidores de protease (por exemplo, amprenavir, nelfinavir) (inibidores e substratos fortes ou moderados CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de inibidor de protease podem diminuir (conforme observado como lopinavir/ritonavir) ou aumentar. (inibição de CYP3A4) As concentrações de isavuconazol podem aumentar. (inibição de CYP3A4/5)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Inibidores de protease: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de toxicidade de drogas e / ou falta de eficácia antiviral e ajuste da dose, se necessário

Outro NNRTI (por exemplo, delavirdina e nevaripina) (indutores e substratos CYP3A4/5 e 2B6)

Não estudado. As concentrações de NNRTI podem diminuir (indução por isavuconazol de CYP2B6) ou aumentar. (inibição de CYP3A4/5)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. NNRTIs: monitoramento cuidadoso de qualquer ocorrência de toxicidade de drogas e / ou falta de eficácia antiviral e ajuste da dose, se necessário

Antiácidos

Esomeprazol (Substrato e pH gástrico ↑ de CYP2C19

Isavuconazol:
AUCtau: ↑ 8%
Cmáx: ↑ 5%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Esomeprazol: não é necessário ajuste da dose

Omeprazol (Substrato e pH gástrico ↑ de CYP2C19

Omeprazol:
AUCinf: ↓ 11%
Cmáx: ↓ 23%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Omeprazol: não é necessário ajuste da dose

Agentes diminuidores de lipídios

Atorvastatina e outras estatinas (Substratos CYP3A4, por exemplo, sinvastatina, lovastatina, rosuvastatina) (Substratos CYP3A4/5 e / ou Substratos BCRP))

Atorvastatina:
AUCinf: ↑ 37%
Cmáx: ↑ 3%
Não foram estudadas outras estatinas. As concentrações de estatina podem aumentar. (inibição de CYP3A4/5 ou BCRP)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Com base nos resultados com atorvastatina, nenhum ajuste da dose de estatina é necessário. Recomenda-se o monitoramento de reações adversas típicas de estatinas

Pioglitazona (indutor fraco de CYP3A4/5)

Não estudado. As concentrações de isavuconazol podem diminuir. (indução de CYP3A4/5)

A coadministração deve ser evitada, a menos que o benefício potencial seja considerado como superando o risco

Antiarrítmicos

Digoxina (Substrato P-gp)

Digoxina:
AUCinf: ↑ 25%
Cmáx: ↑ 33%
(inibição de P-gp)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Digoxina: as concentrações de digoxina sérica devem ser monitoradas e utilizadas para titulação da dose de digoxina

Contraceptivos orais

Etinilestradiol e noretindrona (substratos de CYP3A4/5)

AUCinf de etinilestradiol: ↑ 8%
Cmáx: ↑ 14%
AUCinf de noretindrona: ↑ 16%
Cmáx: ↑ 6%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Etinilestradiol e noretindrona: não é necessário ajuste da dose

Antitussígenos

Dextrometorfano (Substrato de CYP2D6)

Dextrometorfano:
AUCinf: ↑ 18%
Cmáx: ↑ 17%
Dextrometorfano (metabólito ativo):
AUCinf: ↑ 4%
Cmáx: ↓ 2%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Dextrometorfano: não é necessário ajuste da dose

Benzodiazepínicos

Midazolam (substrato de CYP3A4/5)

Midazolam oral:
AUCinf: ↑ 103%
Cmáx: ↑ 72%
(inibição de CYP3A4)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Midazolam: monitoramento cuidadoso dos sinais e sintomas clínicos recomendados e redução da dose, se necessário

Agente antigota

Colchicina (Substrato P-gp)

Não estudado. As concentrações de colchicina podem aumentar. (inibição de P-gp)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. A colchicina possui um índice terapêutico estreito e deve ser monitorado, e a dose reduzida, se necessário

Produtos naturais

Cafeína (Substrato de CYP1A2)

Cafeína:
AUCinf: ↑ 4%
Cmáx: ↓ 1%

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Cafeína: não é necessário ajuste da dose

Medicamentos que auxiliam na cessação ao tabagismo

Bupropiona (substrato CYP2B6)

Bupropiona:
AUCinf: ↓ 42%
Cmáx: ↓ 31%
(indução de CYP2B6)

Não é necessário ajuste na dose de Isavuconazol. Bupropiona: aumento da dose, se necessário

NNRTI = inibidor não-nucleosídeo da transcriptase reversa; P-gp = glicoproteína-P.
a) % de diminuição dos valores médios de nível mínimo.
b) O indinavir só foi estudado após uma única dose de 400 mg de isavuconazol.
AUCinf = área sob a curva de concentração plasmática versus tempo, extrapolados para o infinito.
AUCtau = área sob a curva de concentração plasmática versus tempo durante o intervalo de 24 h em estado de equilíbrio. 
Cmáx = concentração plasmática máxima; Cmín, ss = níveis mínimos em estado de equilíbrio.

Os espécimes para cultura fúngica e outros estudos laboratoriais relevantes (sorologia, histopatologia) devem ser obtidos antes da terapia, para se isolar e identificar os organismos causadores. A terapia pode ser iniciada antes que os resultados das culturas e outros estudos laboratoriais sejam conhecidos; entretanto, uma vez que estes resultados se tornem disponíveis, a terapia anti-infectiva deve ser ajustada apropriadamente.

Hipersensibilidade

Recomenda-se precaução na prescrição de isavuconazol para pacientes com hipersensibilidade a outros agentes antifúngicos azólicos. A hipersensibilidade ao isavuconazol pode resultar em reações adversas que incluem: hipotensão, insuficiência respiratória, dispneia, erupção cutânea causada por medicamento, prurido e erupção cutânea.

Reações relacionadas à infusão

Durante a administração intravenosa de isavuconazol, foram notadas reações relacionadas com a infusão, incluindo hipotensão, dispneia, tonturas, parestesia, náuseas e cefaleias. A infusão deve ser interrompida se estas reações ocorrerem.

Reações adversas cutâneas graves

Foram notadas reações adversas cutâneas graves, como síndrome de Stevens-Johnson, durante o tratamento com agentes antifúngicos azólicos. Se um paciente desenvolver uma reação cutânea grave, o uso de Isavuconazol deve ser descontinuado.

Cardiovascular

Encurtamento de QT

Isavuconazol é contraindicado em pacientes com síndrome do QT curto familiar. Em um estudo QT em indivíduos humanos saudáveis, isavuconazol encurtou o intervalo QTc de maneira concentração-dependente. Para o regime de dosagem de 200 mg, a diferença de LSM em relação ao placebo foi de -13,1 ms em 2 horas após a dose [IC 90%: -17,1; – 9,1 ms]. O aumento da dose para 600 mg resultou numa diferença de LSM do placebo de -24,6 ms em 2 horas após a dose [IC 90%: -28,7; -20,4 ms].

Recomenda-se precaução ao prescrever Isavuconazol para pacientes que tomam outros medicamentos conhecidos por diminuir o intervalo QT, tais como rufinamida.

Transaminases hepáticas elevadas ou hepatite

Transaminases hepáticas elevadas foram relatadas em estudos clínicos. As elevações nas transaminases hepáticas raramente exigiram a descontinuação de Isavuconazol. O monitoramento de rotina das enzimas hepáticas deve ser realizado, conforme orientação médica, devido aos riscos de toxicidade hepática. Foi relatada hepatite com agentes antifúngicos azólicos, incluindo Isavuconazol.

Insuficiência hepática grave

Isavuconazol não foi estudado em pacientes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh classe C). A utilização nestes pacientes não é recomendada, a menos que o benefício potencial seja considerado superior aos riscos. Estes pacientes devem ser cuidadosamente monitorados quanto à toxicidade potencial do medicamento. Consulte as seções “Como usar o Isavuconazol?” e “Quais cuidados devo ter ao usar o Isavuconazol?”.

Utilização concomitante com outros medicamentos

Inibidores de CYP3A4/5

O cetoconazol é contraindicado. Para o inibidor forte de CYP3A4 lopinavir / ritonavir, observou-se um aumento de duas vezes na exposição ao isavuconazol. Para outros inibidores fortes de CYP3A4/5, pode esperar-se um efeito menos pronunciado. Não é necessário qualquer ajuste da dose de Isavuconazol quando coadministrado com inibidores potentes de CYP3A4/5, no entanto, recomenda-se precaução, uma vez que as reações adversas aos medicamentos podem aumentar.

Indutores do CYP3A4/5

A coadministração com indutores de CYP3A4 / 5 leves, como aprepitanto, prednisona e pioglitazona, pode resultar em diminuição leve a moderada dos níveis plasmáticos de isavuconazol; recomenda- se evitar a coadministração com indutores leves de CYP3A4/5, a menos que o benefício potencial seja considerado como excedendo o risco.

Substratos CYP3A4/5 incluindo imunossupressores

O isavuconazol pode ser considerado um inibidor moderado do CYP3A4/5 e a exposição sistêmica a medicamentos metabolizados pelo CYP3A4 pode ser aumentada quando coadministrados com Isavuconazol. A utilização concomitante de Isavuconazol com substratos CYP3A4, tais como os imunossupressores tacrolimo, sirolimo ou ciclosporina, pode aumentar a exposição sistêmica a estes medicamentos. Pode ser necessário um monitoramento terapêutico adequado e um ajuste da dose durante a coadministração.

Substratos CYP2B6

O isavuconazol é um indutor de CYP2B6. A exposição sistêmica a medicamentos metabolizados pelo CYP2B6 pode ser diminuída quando coadministrados com Isavuconazol. Recomenda-se, portanto, precaução quando os substratos de CYP2B6, especialmente medicamentos com um índice terapêutico estreito, tais como ciclofosfamida, são coadministrados com Isavuconazol. A utilização do substrato CYP2B6 efavirenz com Isavuconazol é contraindicado porque o efavirenz é um indutor moderado de CYP3A4/5.

Substratos P-gp

O isavuconazol pode aumentar a exposição de medicamentos que são substratos P-gp. Pode ser necessário o ajuste da dose de medicamentos que são substratos P-gp, especialmente medicamentos com um índice terapêutico estreito, tais como digoxina, colchicina e dabigatrana etexilato, quando coadministrados com Isavuconazol.

Limitações dos dados clínicos

Os dados clínicos do isavuconazol no tratamento da mucormicose são limitados a um estudo clínico prospectivo não controlado que incluiu 37 pacientes com mucormicose comprovada ou provável que receberam isavuconazol para tratamento primário ou porque outros tratamentos antifúngicos (predominantemente anfotericina B) foram inadequados.

Para as espécies Mucorales individuais, os dados clínicos de eficácia são muito limitados, frequentemente a um ou dois pacientes. Os dados de suscetibilidade estavam disponíveis apenas em um pequeno subconjunto de casos. Estes dados indicam que as concentrações de isavuconazol necessárias para a inibição in vitro são muito variáveis entre gêneros / espécies na ordem de Mucorales e geralmente superiores às concentrações necessárias para inibir as espécies de Aspergillus. Deve-se notar que não houve estudo de determinação da dose na mucormicose e aos pacientes foi administrada a mesma dose de isavuconazol que foi utilizada para o tratamento de aspergilose invasiva.

Isavuconazol foi aprovado para esta condição clínica, tratamento de pacientes com mucormicose invasiva, com dados limitados por se tratar de enquadramento de condição de doença rara. A eficácia de Isavuconazol para o tratamento de mucormicose invasiva não foi avaliada em ensaios clínicos controlados com controle concorrente.

Gravidez

Categoria C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista.

Não existem dados sobre o uso de Isavuconazol em mulheres grávidas.

Estudos em animais mostraram toxicidade reprodutiva. O risco potencial para o ser humano é desconhecido. Isavuconazol não deve ser utilizado durante a gravidez, exceto em pacientes com infecções fúngicas graves ou potencialmente fatais, nas quais o isavuconazol pode ser utilizado se os benefícios antecipados compensarem os possíveis riscos para o feto. A decisão para utilização em caso de gravidez fica a critério médico.

Mulheres em idade fértil

Isavuconazol não é recomendado para mulheres em idade fértil que não estejam usando anticoncepcionais e métodos contraceptivos.

Amamentação

Os dados farmacodinâmicos / toxicológicos disponíveis em animais mostraram excreção de isavuconazol / metabólitos no leite.

Um risco para recém-nascidos e lactantes não pode ser excluído.

A amamentação deve ser descontinuada durante o tratamento com Isavuconazol.

Fertilidade

Não existem dados sobre o efeito do isavuconazol sobre a fertilidade humana. Estudos em animais não mostraram comprometimento da fertilidade em ratos machos ou fêmeas.

Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

O isavuconazol tem um potencial moderado para influenciar a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.

Os pacientes devem evitar dirigir ou operar maquinário no caso da ocorrência dos seguintes sintomas: estado confusional, sonolência, síncope e/ou tonturas.

Resultados de Eficácia


Eficácia clínica

Tratamento da aspergilose invasiva

O Estudo 1 (Estudo 9766-CL-0104) foi um estudo clínico randomizado de fase 3, duplo-cego, comparado ao voriconazol, com desenho de não inferioridade, e valor da margem de não inferioridade estabelecido em 10%, multicêntrico e multirregional, que avaliou a segurança e eficácia de Isavuconazol versus voriconazol para tratamento primário de doença fúngica invasiva causada por espécies de Aspergillus ou outros fungos filamentosos. A maioria dos pacientes eram Caucasianos (78,1%), do sexo masculino (59,7%) e com idade média de 51 anos (17 a 87 anos). Os pacientes elegíveis tinham infecções fúngicas invasivas comprovadas, prováveis ou possíveis por critérios da Organização Europeia de Pesquisa e Tratamento de Câncer / Grupo de Estudo de Micose (EORTC / MSG)1. Foram excluídos os pacientes com problemas renais (Clcr < 50mL/min) em consistência com as precauções em bula do comparador, voriconazol, relacionado ao seu excipiente ciclodextrina. Os pacientes foram estratificados por história de transplante alogênico de medula óssea, malignidade descontrolada no início do estudo e por região geográfica. A média de idade dos pacientes foi de 51 anos (variação de 17 a 87) e a maioria era caucasiana (78%), do sexo masculino (60%), com doença fúngica envolvendo os pulmões (95%). Pelo menos uma espécie de Aspergillus foi identificada em 30% dos indivíduos; A. fumigatus e A. flavus foram os patógenos mais comuns identificados. Havia poucos pacientes com outras espécies de Aspergillus: A. niger, A. sydowii, A. terreus e A. westerdijkiae.

Os fatores de risco de referência para populações ITT (intenção de tratar) e myITT (pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia) são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Fatores de Risco de referência na População com Intenção de Tratar (ITTa)

Isavuconazol

Voriconazol

N=258 (ITT) n (%)N=123 (myITT) n (%)N=258 (ITT) n (%)

N=108 (myITT) n (%)

Malignâncias hematológicas

211 (82)100 (81)222 (86)

90 (83)

Transplante alogênico de célulastronco hematopoiéticas

54 (21)32 (26)51 (20)

22 (20)

Neutropeniab

163 (63)78 (63)175 (68)

64 (59)

Uso de corticosteroide

48 (19)25 (20)39 (15)

27 (25)

Uso de imunossupressores de célula T

111 (43)52 (42)109 (42)

52 (48)

a ITT inclui todos os pacientes randomizados que receberam pelo menos uma dose do medicamento do estudo.
b Neutropenia é definida como inferior a 500 células / mm3.

Os pacientes randomizados para receberem tratamento com Isavuconazol receberam uma dose de ataque intravenosa de 372 mg de sulfato de isavuconazônio (equivalente a 200 mg de isavuconazol) de 8 em 8 horas durante as primeiras 48 horas. A partir do dia 3, os pacientes receberam terapia intravenosa ou oral de 372 mg de sulfato de isavuconazônio (equivalente a 200 mg de isavuconazol) uma vez ao dia. Os pacientes randomizados para receber tratamento com voriconazol foram administrados por via intravenosa com uma dose de ataque de 6 mg/kg de 12 em 12 horas durante as primeiras 24 horas, seguidos de 4 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas durante as 24 horas seguintes. A terapia poderia então ser mudada para uma formulação oral de voriconazol na dose de 200 mg a cada 12 horas. Neste ensaio, a duração máxima do tratamento definida pelo protocolo foi de 84 dias. A duração mediana do tratamento foi de 45 dias para ambos os grupos de tratamento, dos quais 8 a 9 dias foram por via intravenosa de administração.

O desfecho primário neste estudo foi mortalidade por todas as causas até o dia 42. Para desfecho secundário, pacientes com resposta completa ou parcial foram considerados sucesso, e, pacientes estáveis, em progressão, morte ou sem resposta foram considerados como falha.

A mortalidade por todas as causas até o dia 42 na população total (ITT) foi de 18,6% no grupo de tratamento Isavuconazol e de 20,2% no grupo de tratamento com voriconazol para uma diferença de tratamento ajustada de -1,0% com intervalo de confiança de 95% de -8,0% a 5,9%. Resultados semelhantes foram observados em pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia (ver Tabela 2).

Tabela 2. Mortalidade por Todas as Causas até o Dia 42

Isavuconazol

Voriconazol

N

Mortalidade por todas as causas n (%)NMortalidade por todas as causas n (%)

Diferençaa (95% IC) %

ITT

25848 (18,6)25852 (20,2)

-1.0 (-8,0 – 5,9)

Aspergilose Invasiva comprovada ou provável

12323 (18,7)10824 (22,2)

-2.7 (-13,6 – 8,2)

aDiferença de tratamento ajustada (Isavuconazol-voriconazol) pelo método de Cochran-Mantel-Haenszel estratificado pelos fatores de randomização.’

As análises de subgrupos para mortalidade por todas as causas até o Dia 42 e Dia 84 para todas as populações analisadas estão apresentadas na Tabela 3 e na Tabela 4, respectivamente.

Tabela 3. Estudo 9766-CL-0104: Mortalidade por Todas as Causas até Dia 42 em várias populações

População

Isavuconazol (N=263)Voriconazol N=264

Não Inferioridade Valor de p

ITT
Diferença
95% IC

48/258 (18,6%)
−1,6
(−8,76%, 5,66%)
52/258 (20,2%)

0,0007

myITT Diferença 95% IC

28/143 (19,6%)
−3,7%
(−14,18%, 6,83%)
30/129 (23,3%)

0,0047

myITT-FDA
Diferença
95% IC

28/147 (19,0%)
−2,8%
(−13,13%, 7,47%)
28/128 (21,9%)

0,0066

pps-ITT
Diferença
95% IC

26/172 (15,1%)
−2,6%
(−10,96%, 5,77%)
31/175 (17,7%)

0,0012

pps-mITT
Diferença
95% IC

16/108 (14,8%)
−5,0%
(−16,37%, 6,42%)
19/ 96 (19,8%)

0,0042

ITT-excluindo nenhuma DFI
Diferença
95% IC

43/231 (18,6%)
−2,1%
(−9,68%, 5,56%)
49/237 (20,7%)

0,0008

myITT
Diferença
95% IC

23/123 (18,7%)
−3,5%
(−14,83%, 7,78%)
24/108 (22,2%)

0,0088

ITT = intenção de tratar; MyITT = pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia.

Tabela 4. Estudo 9766-CL-0104: Mortalidade por Todas as Causas até Dia 84 em várias populações

População

Isavuconazol (N=263)Voriconazol N=264

Não Inferioridade Valor de p

ITT
Diferença
95% IC

75/258 (29,1%)
−1,9
(−10,23%, 6,36%)

80/258 (31,0%)

0,0021

myITT
Diferença
95% IC

43/143 (30,1%)
−7,1%
(−19,10%, 4,83%)
48/129 (37,2%)

0,0021

myITT-FDA
Diferença
95% IC

41/147 (27,9%)
−5,7%
(−17,37%, 5,96%)
43/128 (33,6%)

0,0036

pps-ITT
Diferença
95% IC

43/172 (25,0%)
−2,4%
(−12,26%, 7,40%)
48/175 (27,4%)

0,0060

pps-mITT
Diferença
95% IC

29/108 (26,9%)
−5,4%
(−18,97%, 8,09%)
31/ 96 (32,3%)

0,0012

ITT-excluindo nenhuma DFI
Diferença
95% IC

67/231 (29,0%)
−2,6%
(−11,39%, 6,11%)
75/237 (31,6%)

0,0020

my-ITT Diferença 95% IC

35/123 (28,5%)
−7,7%
(−20,59%, 5,28%)
39/108 (36,1%)

0,0032

ITT = intenção de tratar; MyITT = pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia.

O sucesso geral no Fim do Tratamento (EOT) foi avaliado por um Comitê de Revisão de Dados (DRC), cego e independente, usando critérios clínicos, micológicos e radiológicos pré-especificados. No subgrupo de pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia, foi observado sucesso geral na EOT em 35% dos pacientes tratados com Isavuconazol, em comparação com 38,9% dos pacientes tratados com voriconazol (ver Tabela 5).

Tabela 5. Resultados do Estudo 9766-CL-104 na Aspergilose invasiva

Desfecho (população)

Isavuconazol 200 mgVoriconazol 200 mg

Diferença de tratamento ajustada (%) (95% CI)a

Desfecho Primário

Mortalidade por todas as causas Dia 42 (ITT)

18,6% (n=258)20,2% (n=258)

-1,0
(-80´- 5,9)

Principais desfechos secundários

Mortalidade por todas as causas Dia 42 (Aspergilose invasiva comprovada ou provável)

18,7% (n=123)22,2% (n=108)

-2,7
(-13,6 – 8,2)

Resposta geral = Sucesso ao final do tratamento (EoT) (Aspergilose invasiva comprovada ou provável)

35,0% (n=123)38,9% (n=108)

-4,0
(-16,3 – 8,4)

IC: Intervalo de Confiança; EoT: Final do Tratamento (end of treatment); ITT: Intenção de Tratar; aDiferença de tratamento ajustada (Isavuconazol-voriconazol) pelo método de Cochran-Mantel-Haenszel estratificado pelos fatores de randomização.

Apresentações gráficas da probabilidade de sobrevivência até o dia 84 de populações ITT (intenção de tratar) e myITT (pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia) usando o método Kaplan-Meier são apresentadas na Figura 1 e Figura 2.

Figura 1. Estimativas Kaplan-Meier de probabilidade de sobrevivência até o Dia 84 (população ITT)

Número de Pacientes em Risco

Isavuconazol

258252240232224220220211206204199195192188185

Voriconazol

258253239233225220213206202199194192188182179

IC: Intervalo de Confiança 95%; myITT (pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia).

Figura 2. Estimativas Kaplan-Meier de probabilidade de sobrevivência até o Dia 84 (população myITT)

Número de Pacientes em Risco

Isavuconazol

143139131126122120120115113112109107106103102

Voriconazol

1291261181151081051029997969291908482

IC: Intervalo de Confiança 95%; myITT (pacientes com aspergilose invasiva comprovada ou provável confirmada por sorologia, cultura ou histologia).

O Estudo SECURE demonstrou que Isavuconazol é eficaz no tratamento da aspergilose invasiva. Isavuconazol é não inferior ao voriconazol, uma vez que o limite superior do IC de 95% em torno da diferença de tratamento ajustada é inferior à margem de não inferioridade pré-especificada de 10%. O Comitê de Revisão de Dados avaliou a resposta global ao final do tratamento mostrando taxas de sucesso semelhantes nos grupos de tratamento Isavuconazol e voriconazol.

Tratamento da mucormicose

O Estudo 2 (Estudo 9766-CL-0103 – Estudo VITAL), um estudo aberto não controlado, multicêntrico e multirregional, não comparativo, avaliou a segurança e eficácia de um subconjunto de pacientes com mucormicose. Os critérios de inclusão indicavam pacientes maiores de 18 anos, pacientes do sexo feminino fora de período de amamentação e sem risco de gravidez, com infecção fúngica comprovada ou provável e/ou pacientes com problemas renais que tivessem CLcr < 50 mL/min. Os critérios de exclusão foram: pacientes com histórico de alergia aos azólicos, pacientes com alto risco de prolongamento do intervalo QT, pacientes com funções hepáticas deficientes (bilirrubina > 3 x ULN ou ALT – AST > 5 x ULN), HIV positivos, pacientes que tivessem recebido isavuconazol em outro estudo. Foram incluídos trinta e sete (37) pacientes que apresentavam mucormicose comprovada ou provável de acordo com critérios baseados naqueles estabelecidos pela Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer / Grupo de Estudo de Micose1 . Os pacientes recrutados poderiam estar em terapia primária, em status refratário ou intolerantes a outros tratamentos. Rhizopus oryzae e Mucormycetes foram os patógenos mais comumente identificados. Havia poucos pacientes com outros Mucorales: Lichtheimia corymbifera, Mucor anfíbiorum, Mucor circinelloides, Rhizomucor pusillus, Rhizopus azygosporus, e Rhizopus microsporus. Os pacientes eram Caucasianos (68%), do sexo masculino (81%) e tinham uma idade média de 49 anos (intervalo 22-79). Cinquenta e nove por cento (59%) dos pacientes tinham envolvimento de doença pulmonar, metade dos quais também tinham envolvimento de outros órgãos. Os locais de doença não pulmonar mais comuns foram: sinus (43%), olho (19%), sistema nervoso central (16%) e osso (14%). O Comitê de Revisão de Dados independente classificou os pacientes que receberam Isavuconazol como terapia primária, ou para infecção fúngica invasiva refratária ou para pacientes intolerantes a outras terapias antifúngicas (exemplo: 11/37 pacientes haviam recebido previamente terapia com anfotericina B). Os fatores de risco de referência estão apresentados na Tabela 6.

Tabela 6. Fatores de risco de referência em Mucormicose

Primário N=21 n (%)Refratário N=11 n (%)Intolerante N=5 n (%)

Total N=37 n (%)

Malignâncias hematológicas

11 (52)7 (64)4 (80)

22 (60)

Transplante alogênico de célulastronco hematopoiéticas

4 (19)4 (36)5 (100)

13 (35)

Neutropeniaa

4 (19)5 (46)1 (20)

10 (27)

Uso de corticosteroide

5 (24)3 (27)2 (40)

10 (27)

Uso de imunossupressores de célula T

7 (33)6 (55)5 (100)

18 (49)

Diabético

4 (19)00

4 (11)

Status da terapia avaliado pelo Comitê de Revisão de Dados Independente: Primário = os pacientes receberam o Isavuconazol como tratamento primário; Refratário = infecção subjacente do paciente não tratada adequadamente por terapia prévia; Intolerante = pacientes incapazes de tolerar terapia prévia.
Neutropenia é definida como inferior a 500 células/mm3.

Os pacientes foram tratados com Isavuconazol por via intravenosa ou por via oral nas doses recomendadas, que foram definidas a serem iguais às do estudo controlado randomizado de fase 3: 9766-CL-0104 e 9766- CL-0105. Os pacientes receberem uma dose de ataque intravenosa de 372 mg de sulfato de isavuconazônio (equivalente a 200 mg de isavuconazol) de 8 em 8 horas durante as primeiras 48 horas. A partir do dia 3, os pacientes receberam terapia intravenosa ou oral de 372 mg de sulfato de isavuconazônio (equivalente a 200 mg de isavuconazol) uma vez ao dia. A duração mediana do tratamento foi de 102 dias para pacientes classificados como primários, 33 dias para refratários e 85 dias para intolerantes. A mediana do tempo de tratamento endovenoso foi de 10 dias.

Os desfechos, incluindo a mortalidade por todas as causas no Dia 42 e sucesso na resposta geral ao final do tratamento (EoT) como avaliado pelo Comitê de Revisão de Dados, são mostrados na Tabela 7. O desfecho primário, mortalidade por todas as causas até o dia 42, foi 38% para todos os pacientes, sendo 33% para os pacientes em terapia primária e 44% para os pacientes intolerantes ou refratários. O desfecho secundário, mortalidade por todas as causas até o dia 84 resultou em 43% para todos os pacientes, sendo 43% para os pacientes em terapia primária, 44% para pacientes intolerantes ou refratários e a taxa de resposta ao final do tratamento (sucesso) foi 31%, sendo 32% para os pacientes em terapia primária e 31% para os pacientes intolerantes ou refratários.

Tabela 7. Resultados do Estudo 9766-CL-0103 em mucormicose

Desfechos

Isavuconazol 200 mg

Desfecho Primário

Mortalidade por todas as causas até o dia 42

Todos os pacientes

38% (n = 37)

Terapia primária

33% (n = 21)

Terapia intolerante ou refratária

44% (n = 16)

Desfecho Secundário Chave

Mortalidade por todas as causas até o dia 84 (desfecho secundário)

Todos os pacientes

43% (n = 37)

Terapia primária

43% (n = 21)

Terapia intolerante ou refratária

44% (n = 16)

Taxa de Resposta no EoT (Sucesso)

Todos os pacientes

31% (n = 35a)

Terapia primária

32% (n = 19a)

Terapia intolerante ou refratária

31% (n = 16)

a Dois pacientes com mucormicose primária não foram avaliados no final do tratamento devido ao tratamento em curso. EoT = Final do tratamento.

Estes resultados fornecem evidências de que Isavuconazol é eficaz para o tratamento de mucormicose, à luz da história natural da mucormicose não tratada. No entanto, a eficácia de Isavuconazol para o tratamento de mucormicose invasiva não foi avaliada em ensaios clínicos simultâneos, controlados.

A eficácia do isavuconazol no tratamento da mucormicose do estudo 9766-CL-0103 também foi avaliada pela correspondência de casos de um banco de dados global de registros (Análise de Controles Combinados de Casos Fungiscope™). A mortalidade bruta por todas as causas no Dia 42 é apresentada na Tabela 8.

Tabela 8. Mortalidade bruta por todas as causas até o Dia 42

Casos do Estudo 9766-CL-0103

Controles combinados de casos Fungiscope™

Grupo

(N=21) % (n/N)95 % IC(N=33) % (n/N)

95 % IC

Todos os pacientes

33,3% (7/21)(14,59; 56,97)39,4% (13/33)

(22,91; 57,86)

Doença grave

50,0% (6/12)(21,09; 78,91)61,5% (8/13)

(31,58; 86,14)

Malignidade hematológica

45,5% (5/11)(16,75; 76,62)38,9% (7/18)

(17,30; 64,25)

Cirurgia

44,4% (4/9)(13,70; 78,80)23,1% (3/13)

(5,04; 53,81)

Os intervalos de confiança de 95% são baseados em uma distribuição binomial exata.

A Figura 3 apresenta a probabilidade de sobrevivência até o dia 84 da análise de sobrevivência de KaplanMeier usando o último status de sobrevivência conhecido. As estimativas de sobrevida do Dia 84 para os pacientes do estudo 9766-CL-0103 foram semelhantes às dos casos de controle pareado (57,1% para pacientes 9766-CL-0103; 49,7% para os controles pareados).

Figura 3. Análise de Kaplan-Meier de pacientes que receberam isavuconazol como tratamento primário (Estudo VITAL) em comparação com controles pareados tratados com anfotericina B (do registro Fungiscope™)

Taxa de risco (HR) e 95% de IC são calculados de um modelo de Cox sem covariáveis. Os pacientes foram censurados no dia do seu último tempo de sobrevida conhecido, representado pelos círculos.

Referência Bibliográfica

1. DePauw, B., Walsh, T.J., Donnelly, J.P., et al. (2008) Revised Definitions of Invasive Fungal Disease from the European Organization for Research and Treatment of Cancer Invasive Fungal Infections Quadrature Group and National Institute of Allergy and Infectious Diseases Mycoses Study Group (EORTC/MSG) consensus group. Clinical Infectious Diseases 46:1813-1821.

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: Antimicóticos para uso sistêmico, derivados de triazol.
Código ATC: J02AC05.

Mecanismo de ação

O isavuconazol é a fração ativa formada após administração oral ou intravenosa de sulfato de isavuconazônio.

O isavuconazol demonstra um efeito fungicida bloqueando a síntese de ergosterol, um componente chave da membrana celular fúngica, através da inibição da enzima dependente do citocromo P-450 lanosterol 14-alfadesmetilase, responsável pelo processo de conversão do lanosterol em ergosterol. Isto resulta numa acumulação de precursores de esterol metilados e uma depleção de ergosterol dentro da membrana celular, enfraquecendo assim a estrutura e função da membrana celular fúngica.

Microbiologia

Em modelos animais de aspergilose disseminada e pulmonar, o índice farmacodinâmico (PD) importante na eficácia é a exposição dividida pela concentração inibitória mínima (MIC) (AUC/MIC). Não foi possível estabelecer uma correlação clara entre a MIC in vitro e a resposta clínica para as diferentes espécies (Aspergillus e Mucorales).

As concentrações de isavuconazol necessárias para inibir espécies de Aspergillus e gêneros / espécies da ordem Mucorales in vitro têm sido muito variáveis. De maneira geral as concentrações de isavuconazol necessárias para inibir Mucorales são superiores às necessárias para inibir a maioria das espécies de Aspergillus.

A eficácia clínica foi demonstrada para as seguintes espécies de Aspergillus: Aspergillus fumigatus, A. flavus, A. niger e A. terreus (consulte abaixo).

Mecanismo(s) de resistência

A suscetibilidade reduzida a agentes antifúngicos triazois tem sido associada com mutações nos genes cyp51A e cyp51B fúngicos que codificam a proteína alvo lanosterol 14-alfa-desmetilase envolvida na biossíntese de ergosterol. Foram notificadas estirpes de fungos com susceptibilidade in vitro reduzida ao isavuconazol e não pode ser excluída a resistência cruzada com voriconazol e outros agentes antifúngicos triazois.

Pontos de interrupção
Pontos de interrupção EUCAST CMI são definidos para as seguintes espécies (suscetível S; resistente R):
  • Aspergillus fumigatus: S ≤ 1 mg/L, R > 1 mg/L.
  • Aspergillus nidulans: S ≤ 0,25 mg/L, R > 0,25 mg/L.
  • Aspergillus terreus: S ≤ 1 mg/L, R > 1 mg/L.

Existem atualmente dados insuficientes para estabelecer pontos de interrupção clínica para outras espécies de Aspergillus.

Toxicologia Não-clínica

Toxicidade Geral

A toxicidade de dose repetida após administração oral foi estudada em camundongos, ratos e macacos Cynomolgus durante 13, 26 e 39 semanas, respectivamente.

O isavuconazol resultou em alterações toxicológicas no fígado, na tireoide e nas suprarrenais. Observou-se um aumento do peso do fígado associado à hipertrofia dos hepatócitos centrolobulares, atribuível à indução das enzimas CYP e reversível após a interrupção do tratamento. Além disso, efeitos reversíveis considerados secundários ao metabolismo do isavuconazol, foram observados na tireoide (aumento do peso associado à hipertrofia celular e considerado específico para ratos) e adrenais (aumento do peso adrenal associado à vacuolização cortical e espessamento da zona fasciculada, considerado devido a Indução de CYP2B).

O isavuconazol inibiu o canal de potássio hERG e o canal de cálcio do tipo L com IC50 de 5,82 μM e 6,57 μM, respectivamente (34- e 38- vezes a Cmax humana não ligada à proteína, na dose humana máxima recomendada (DHMR), respectivamente). Os estudos toxicológicos de dose repetida de 39 semanas in vivo em macacos não revelaram prolongamento do QTcF a níveis que foram 0,8 vezes os da exposição humana na dose de manutenção de 200 mg por dia.

Genotoxicidade

O isavuconazol não tem potencial mutagênico ou genotóxico discernível. O isavuconazol foi negativo em um ensaio de mutação reversa bacteriana, foi fracamente clastogênico em concentrações citotóxicas no ensaio de aberração cromossômica de linfoma de camundongo L5178Y tk+/-, e não mostrou aumento biologicamente relevante ou estatisticamente significativo na frequência de micronúcleos em um teste de micronúcleo em rato in vivo.

Carcinogenicidade

Estudos de carcinogenicidade de dois anos do sulfato de isavuconazônio foram iniciados, e os dados ainda não estão disponíveis.

Adenomas e carcinomas hepatocelulares foram relatados em camundongos e ratos em estudos de carcinogenicidade para outras drogas na classe de azóis em doses próximas às recomendadas para humanos.

Toxicologia reprodutiva e de desenvolvimento

A administração de cloreto de isavuconazônio foi associada a aumentos relacionados com a dose nas incidências de costelas cervicais rudimentares em ratos e coelhos, em doses equivalentes a cerca de um quinto e um décimo das exposições clínicas com base nas comparações AUC. Em ratos, os aumentos relacionados com a dose nas incidências de fusão do arco zigomático e costelas supranumerárias / costelas supranumerárias rudimentares foram também notados em níveis equivalentes a um quinto da dose clínica com base nas comparações de AUC. Anormalidades esqueléticas também foram observadas em estudos de desenvolvimento embrionário-fetal de outros agentes antifúngicos azólicos.

A mortalidade perinatal foi significativamente aumentada na prole de ratos prenhes administrados oralmente com sulfato de isavuconazônio a menos da metade da dose humana de manutenção, com base nas comparações de AUC durante a gravidez e durante o período de desmame. A exposição in utero à molécula ativa, isavuconazol, não teve efeito sobre a fertilidade dos filhotes sobreviventes.

A administração intravenosa de sulfato de isavuconazônio marcado com C14 a ratos lactantes resultou na recuperação do radiomarcador no leite.

O isavuconazol não afetou a fertilidade de ratos machos ou fêmeas tratados com doses orais inferiores a metade da dose humana de manutenção (200 mg) com base nas comparações de AUC.

Propriedades farmacocinéticas

O sulfato de isavuconazônio é um pró-fármaco solúvel em água que pode ser administrado como uma infusão intravenosa ou oralmente na forma farmacêutica cápsulas duras. Após administração, o sulfato de isavuconazônio é rapidamente hidrolisado por esterases plasmáticas para a fração ativa isavuconazol; as concentrações plasmáticas do pró-fármaco são muito baixas e detectáveis apenas por um curto período de tempo após a administração intravenosa.

Absorção

Após administração oral de Isavuconazol em indivíduos saudáveis, a fração ativa isavuconazol é absorvida e atinge as concentrações plasmáticas máximas (Cmáx) aproximadamente 2-3 horas após a administração única e múltipla (consulte a Tabela 9).

Estudos em indivíduos saudáveis demonstraram que a farmacocinética do isavuconazol é proporcional até 600mg por dia. Com base numa análise farmacocinética populacional de indivíduos saudáveis e de pacientes, a média do tempo de meia-vida plasmática do isavuconazol foi de 130 horas e o volume médio de distribuição (Vss) foi de aproximadamente 450 L após administração intravenosa.

Tabela 9. Parâmetros farmacocinéticos em estado de equilíbrio de isavuconazol após administração oral de Isavuconazol

Parâmetro
Estatística

Isavuconazol 200 mg (n = 37)

Isavuconazol 600 mg (n = 32)

Cmáx (ng/mL)

Média

7499

20028

DP

1893,3

3584,3

CV %

25,2

17,9

tmáx (h)

Mediano

3,0

4,0

Faixa

2,0 – 4,0

2,0 – 4,0

AUC (h•ng/mL)

Média

121402

352805

DP

35768,8

72018,5

CV %

29,5

20,4

Cmax: concentração máxima observada; Tmax: tempo para atingir a concentração plasmática máxima; AUC: área sob a curva de concentração plasmática; DP: desvio padrão; CV: coeficiente de variação; Intervalo de confiança para Cmáx e AUC = 90%.

Conforme mostrado na Tabela 10 abaixo, a biodisponibilidade absoluta de isavuconazol após administração oral de uma dose única de Isavuconazol é de 98%. Com base nestes dados, tanto a administração intravenosa como a oral podem ser utilizadas.

Após a administração intravenosa de Isavuconazol, as concentrações plasmáticas máximas do pró-fármaco e do produto de clivagem inativo foram detectáveis durante a infusão e decaíram rapidamente após o final da administração. O pró-fármaco estava abaixo do nível de detecção em 1,25 horas após o início de uma infusão de 1 hora. A exposição total do pró-fármaco com base na AUC foi inferior a 1% daquela do isavuconazol. O produto da clivagem inativa foi quantificável em alguns indivíduos até 8 horas após o início da infusão. A exposição total do produto de clivagem inativa com base na AUC foi aproximadamente 1,3% a do isavuconazol.

Tabela 10. Comparação farmacocinética para a dose oral e intravenosa (média)

ISA 400 mg oral

ISA 400 mg IV

AUC (h•ng/mL)

189462,8

193906,8

CV %

36,5

37,2

Meia-vida (h)

110

115

Efeito de alimentos na absorção

A administração oral de Isavuconazol equivalente a 400 mg de isavuconazol com uma refeição rica em gordura reduziu a Cmáx do isavuconazol em 9% e aumentou a AUC em 9%. Isavuconazol pode ser tomado com ou sem alimentos.

Distribuição

O isavuconazol é extensamente distribuído, com um volume médio de distribuição em estado de equilíbrio (Vss) de aproximadamente 450 L. O isavuconazol é altamente ligado (> 99%) às proteínas plasmáticas humanas, predominantemente à albumina.

Biotransformação

Após administração, o sulfato de isavuconazônio é rapidamente hidrolisado por esterases plasmáticas para a fração ativa isavuconazol.

Estudos in vitro/ in vivo indicam que CYP3A4, CYP3A5 e subsequentemente UDP- glucuronosiltransferase (UGT) estão envolvidos no metabolismo do isavuconazol.

Após doses únicas de [ciano-C14] isavuconazônio e [piridinilmetil-C14] sulfato de isavuconazônio em seres humanos, além da fração ativa (isavuconazol) e do produto de clivagem inativo, foram identificados alguns metabólitos menores. Com exceção da fração ativa isavuconazol, não foi observado nenhum metabólito individual com uma AUC > 10% do material radiomarcado total.

Eliminação

Após a administração oral de sulfato de isavuconazônio radiomarcado a indivíduos saudáveis, uma média de 46,1% da dose radioativa foi recuperada nas fezes e 45,5% foi recuperada na urina.

A excreção renal de isavuconazol intacto foi inferior a 1% da dose administrada.

O produto de clivagem inativo é primariamente eliminado por metabolismo e por subsequente excreção renal dos metabólitos. A eliminação renal do produto de clivagem intacto foi menor que 1% do total da dose administrada. Após administração intravenosa do produto de clivagem radiomarcado, 95% da dose radioativa foi excretada na urina.

Farmacocinética em populações especiais

Pacientes idosos

A AUC de isavuconazol após dose única oral de Isavuconazol equivalente a 200 mg de isavuconazol em indivíduos idosos (65 anos ou mais) foi similar àquela em voluntários mais jovens (18 anos a 45 anos). A AUC foi similar entre mulheres e homens mais jovens e entre homens mais jovens e idosos.

A estimativa da AUC de mulheres idosas foi 38% e 47% maior que a estimativa da AUC obtida em homens idosos e mulheres mais jovens, respectivamente. A diferença farmacocinética em mulheres idosas recebendo Isavuconazol não foi considerada clinicamente significante. Assim, nenhum ajuste de dose é requerido baseado em gênero e idade.

Pacientes pediátricos

A farmacocinética em pacientes pediátricos (<18 anos) ainda não foi avaliada. Não existem dados disponíveis.

Raça

Uma análise post hoc da interação de tratamento por subgrupos foi testada, com nenhuma interação estatística observada exceto para raça (p = 0,085; teste de Wald-Chi-quadrado). A grande maioria dos pacientes no estudo 9766-CL-0104 foram categorizados como “Brancos” e tiveram taxas de sucesso semelhantes em ambos os grupos tratados com isavuconazol (36,5%, 42/115) e voriconazol (32,6%, 30/92). O grupo “nãocaucasianos” incluía afro-americanos, asiáticos e outros. Pacientes asiáticos tiveram sucesso numericamente mais baixo no grupo isavuconazol (25,9%, 7/27) do que com voriconazol (48,6%, 17/35).

Gênero

A estimativa das AUC entre indivíduos mulheres e homens (18 anos e 45 anos) foram similares. Não houve diferença na AUC para mulheres idosas (ver Pacientes Idosos, acima). Nenhum ajuste de dose é requerido com base em gênero.

Insuficiência renal

Como o estudo não controlado 9766-CL-0103 (Estudo VITAL) incluiu pacientes com insuficiência renal, uma análise adicional foi realizada por subgrupos renais, combinando os pacientes do estudo 9766-CL-0103 com os pacientes do grupo de tratamento com isavuconazol no estudo 9766-CL-0104 (SECURE). Foi uma análise post hoc (análise agrupada de casos com insuficiência renal dos estudos 103 e 104).

Não foram observadas alterações clinicamente relevantes na Cmáx e AUC de isavuconazol em indivíduos com insuficiência renal leve, moderada ou grave em comparação com indivíduos com função renal normal, a partir da análise não compartimental no estudo 9766-PK-0002, o que indica que a diminuição da depuração renal em pacientes com insuficiência renal leve, moderada ou grave não teve impacto significativo na depuração total do isavuconazol. Dos 403 pacientes que receberam Isavuconazol nos estudos de Fase 3 (SECURE e VITAL), 79 (20%) pacientes apresentaram taxa de filtração glomerular (TFG) estimada inferior a 60 mL/min/1,73 m2. Não é necessário ajuste da dose em pacientes com insuficiência renal, incluindo pacientes com doença renal terminal. O isavuconazol não é facilmente dialisável.

Insuficiência hepática

Após a administração de uma dose única de 100 mg de isavuconazol a 32 pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh Classe A) e 32 pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh B) (16 pacientes receberam o medicamento por via intravenosa e 16 pacientes receberam o medicamento por via oral, por classe de Child-Pugh). A AUC aumentou 64% no grupo Child-Pugh Classe A e 84% no grupo Child-Pugh Classe B, em relação a 32 indivíduos saudáveis pareados por idade e peso, com função hepática normal. As concentrações plasmáticas médias (Cmáx) foram 2% mais baixas no grupo Child-Pugh Classe A e 30% mais baixas no grupo Child-Pugh Classe B. A avaliação farmacocinética populacional do isavuconazol em indivíduos saudáveis e pacientes com disfunção hepática leve ou moderada demonstrou que as populações com insuficiência hepática leve e moderada apresentaram valores de clearance de isavuconazol (CL) de 40% e 48% inferiores, respectivamente, em relação à população saudável.

Como o risco de falta de eficácia com uma dose mais baixa é considerado maior do que o risco de reações adversas com a dose padrão, recomenda-se que seja utilizado o padrão de ataque de isavuconazol e o regime de manutenção para pacientes com insuficiência hepática leve a moderada, isto é, não é necessário ajuste da dose em pacientes com insuficiência hepática leve a moderada.

Isavuconazol não foi estudado em pacientes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh classe C). A utilização nestes pacientes não é recomendada, a menos que o benefício potencial seja considerado superior aos riscos. Consulte as seções “Como usar o Isavuconazol?” e “Quais cuidados devo ter ao usar o Isavuconazol?”.

Estudos de interações medicamentosas

O isavuconazol é um substrato do CYP3A4 e do CYP3A5. In vitro, o isavuconazol é um inibidor do CYP3A4, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19 e CYP2D6. O isavuconazol é também um inibidor da droga mediada pelos transportadores P-gp, BCRP e OCT2. In vitro, o isavuconazol é também um indutor do CYP3A4, CYP2B6, CYP2C8 e CYP2C9.

O efeito da coadministração de medicamentos na farmacocinética do isavuconazol e o efeito do isavuconazol sobre a farmacocinética de fármacos coadministrados foi estudada após doses únicas e múltiplas de isavuconazol em indivíduos sadios.

Os efeitos do cetoconazol, rifampicina, lopinavir / ritonavir e esomeprazol no isavuconazol são mostrados na Figura 4.

Cetoconazol

Como um inibidor forte do CYP3A4, o cetoconazol aumentou a Cmax do isavuconazol em 9% e a AUC do isavuconazol em 422% após administração de doses múltiplas de cetoconazol (200 mg duas vezes por dia) durante 24 dias e uma dose de Isavuconazol equivalente a 200 mg de isavuconazol. O isavuconazol é um substrato sensível do CYP3A4 e o uso com inibidores do CYP3A4 é contraindicado.

Lopinavir / ritonavir

Lopinavir / ritonavir (400 mg / 100 mg duas vezes ao dia) aumentaram a Cmax e a AUC do isavuconazol (dose clínica) em 74% e 96%, respectivamente, com decréscimos concomitantes nas AUC médias de lopinavir e ritonavir de 27% e 31%, respectivamente.

Rifampicina

A rifampicina (600 mg) diminuiu a Cmax média e a AUC do isavuconazol em 75% e 97%, respectivamente, quando coadministrada com doses múltiplas de Isavuconazol e portanto, a coadministração de Isavuconazol com indutores fortes de CYP3A4 é contraindicado.

Figura 4. Efeitos de medicamentos coadministrados na exposição ao isavuconazol

DP: desvio padrão; AUCinf: área sob a curva de concentração plasmática versus tempo, extrapolados para o infinito; AUCtau = área sob a curva de concentração plasmática versus tempo durante o intervalo de 24 h em estado de equilíbrio; Cmáx = concentração plasmática máxima; DM: diferença média.

Os efeitos do isavuconazol sobre o ritonavir, lopinavir, prednisona, contraceptivos orais combinados (etinil estradiol e noretindrona), ciclosporina, atorvastatina, sirolimo, midazolam e tacrolimo são mostrados na Figura 5.

Substratos do CYP3A4

Isavuconazol aumentou a exposição sistémica dos substratos sensíveis do CYP3A4, midazolam, sirolimo e tacrolimo, aproximadamente 2 vezes, e assim Isavuconazol é um inibidor moderado do CYP3A4.

Figura 5. Efeito do isavuconazol nos medicamentos do substrato CYP3A4 coadministrados

AUCinf: área sob a curva de concentração plasmática versus tempo, extrapolados para o infinito; AUCtau = área sob a curva de concentração plasmática versus tempo durante o intervalo de 24 h em estado de equilíbrio; Cmáx = concentração plasmática máxima.

Os efeitos do isavuconazol sobre outros substratos do CYP: cafeína, bupropiona, metadona, repaglinida, varfarina, omeprazol e dextrometorfano são mostrados na Figura 6.

Figura 6. Efeito do isavuconazol na exposição de medicamentos de substrato de CYP coadministrados

AUCinf: área sob a curva de concentração plasmática versus tempo, extrapolados para o infinito; Cmáx = concentração plasmática máxima.

Os efeitos do isavuconazol sobre os transportadores e substratos da UGT: micofenolato mofetil (MMF), metotrexato, metformina e digoxina são mostrados na Figura 7.

Figura 7. Efeito do isavuconazol sobre a exposição nos transportadores e substratos da UGT

AUCinf: área sob a curva de concentração plasmática versus tempo, extrapolados para o infinito; Cmáx = concentração plasmática máxima.

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