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Maleato de Metilergometrina: bula, para que serve e como usar

Controle ativo do terceiro estágio do trabalho de parto (com a finalidade de promover a separação da placenta e reduzir a perda de sangue).

Tratamento da atonia e da hemorragia uterinas que ocorrem:

  • Durante e após o terceiro estágio do trabalho de parto.
  • Associadas com operação cesariana.
  • No pós-aborto.

Tratamento da subinvolução do útero, da loquiometria e da hemorragia puerperal.

Quais as contraindicações do Maleato de Metilergometrina?

Gravidez, primeiro estágio do trabalho de parto e segundo estágio do trabalho de parto antes do aparecimento do ombro anterior (Maleato de Metilergometrina não deve ser utilizado na indução ou na potencialização do trabalho de parto); hipertensão grave, pré-eclampsia e eclampsia; doença vascular oclusiva (inclusive cardiopatia isquêmica); sépsis e hipersensibilidade conhecida o Maleato de Metilergometrina, ou outro alcaloide do ergot ou a qualquer outro componente da formulação.

Maleato de Metilergometrina não deve ser utilizado para indução ou potencialização do trabalho de parto.

Este medicamento é contraindicado para uso por gestantes.

População alvo geral

Controle ativo do terceiro estágio do trabalho de parto

Injeção intramuscular (IM) é a via de administração recomendada. Quando administrada por via intravenosa (IV), a dose deve ser administrada lentamente durante um período não inferior a 60 segundos.

A dose recomendada de Maleato de Metilergometrina é:
  • 1 mL (0,2 mg) em injeção intramuscular ou 0,5 a 1 mL (0,1 a 0,2 mg) em injeção intravenosa lenta, após a saída do ombro anterior ou, o mais tardar, imediatamente após o nascimento da criança. A expulsão da placenta, que é normalmente separada pela primeira forte contração após a administração de Maleato de Metilergometrina, deverá ser auxiliada manualmente mediante manobras compressivas sobre o fundo do útero.

Em caso de parto sob anestesia geral, a dose recomendada é de 1 mL (0,2 mg) por injeção intravenosa lenta.

Tratamento da atonia / hemorragia uterina

Injeção intramuscular (IM) é a via de administração recomendada. Quando administrada por via intravenosa (IV), a dose deve ser administrada lentamente durante um período não inferior a 60 segundos.

A dose recomendada de Maleato de Metilergometrina é:
  • 1 mL (0,2 mg) em injeção intramuscular ou 0,5 a 1 mL (0,1 a 0,2 mg) em injeção intravenosa lenta. A dose pode-se repetir a cada 2 a 4 horas e, quando necessário, até 5 doses dentro de 24 horas.

Tratamento de subinvolução, loquiometria e hemorragia puerperal

A dose recomendada de Maleato de Metilergometrina é:
  • 0,5 a 1 mL (0,1 a 0,2 mg) em injeção subcutânea ou intramuscular, até 3 vezes ao dia e geralmente por até 5 dias.

Populações especiais

Insuficiência renal / hepática

  • Cautela deve ser exercida na presença de insuficiência da função renal ou hepática.

As reações adversas estão listadas pelo sistema de classes de órgãos MedDRA. Em cada sistema de classe, as reações adversas estão classificadas por sua frequência, com a mais frequente primeiro. Em cada grupo de frequência, as reações adversas estão classificadas em ordem decrescente de gravidade.

Além disso, a categoria de frequência correspondente para cada reação adversa é baseada na seguinte convenção (CIOMS III):

  • Muito comum: (>1/10);
  • Comum: (>1/100 e <1/10);
  • Incomum: (>1/1.000 e <1/100);
  • Raras: (>1/10.000 e <1.000);
  • Muito raras: (<1/10.000).

Distúrbios do sistema imune

  • Muito raras: reações anafiláticas.

Distúrbios do sistema nervoso central

Distúrbios do ouvido e do labirinto

  • Muito raras: ruídos nos ouvidos.

Distúrbios cardíacos

Distúrbios vasculares

  • Comum: hipertensão;
  • Incomum: hipotensão;
  • Raras: vasoconstrição, vasoespasmo, espasmo arterial;
  • Muito raras: tromboflebite.

Distúrbios respiratório, torácico e mediastínico

Distúrbios do trato gastrintestinal

  • Incomum: vômitos, náuseas;
  • Muito raras: diarreia.

Distúrbios de pele e tecido subcutâneo

  • Comum: erupções cutâneas;
  • Incomum: hiperidrose.

Distúrbios musculoesqueléticos e tecido conectivo

Gravidez, puerpério e condições perinatais

Reações adversas a medicamento a partir de relatos espontâneos pós-comercialização e casos de literatura (frequência desconhecida)

As seguintes reações adversas são derivadas de experiência pós-comercialização com maleato de metilergometrina a partir de relatos espontâneos e casos de literatura. Devido a estas reações terem sido relatadas voluntariamente por uma população de tamanho incerto, não é possível estimar sua frequência, que é, portanto, classificada como desconhecida. As reações adversas estão listadas pelo sistema de classes de órgãos MedDRA. Em cada sistema de classe de órgãos, as reações adversas a medicamentos estão classificadas em ordem decrescente de gravidade.

Distúrbios do sistema nervoso

Distúrbios cardíacos

  • Fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, angina pectoris, bloqueio atrioventricular.

Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Maleato de Metilergometrina maior do que a recomendada?

Sintomas

Náusea, vômito, hipertensão ou hipotensão, dormência, formigamento e dores nas extremidades; depressão respiratória, convulsões e coma.

Tratamento

Sintomático, sob estrita monitorização dos sistemas cardiovascular e respiratório.

Se for necessário sedar o paciente, benzodiazepínicos podem ser utilizados.

No caso de espasmos arteriais graves devem-se administrar vasodilatadores, como nitroprussiato de sódio, fentolamina ou di-hidralazina. No caso de constrição coronariana, deve-se tratar com antianginosos apropriados, por exemplo, nitratos.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como proceder.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Maleato de Metilergometrina com outros remédios?

Alcaloides do ergot são substratos do CYP3A.

Interações resultando em uso concomitante não recomendado

Inibidores do CYP3A4

  • O uso concomitante de Maleato de Metilergometrina e inibidores potentes do CYP3A, como os antibióticos macrolídeos (por exemplo, troleandomicina, eritromicina, claritromicina), protease do HIV ou inibidores da transcriptase reversa (por exemplo, ritonavir, indinavir, nelfinavir, delavirdina) ou antifúngicos azois (por exemplo, cetoconazol, itraconazol, voriconazol) deve ser evitado, uma vez que pode resultar em uma exposição elevada o Maleato de Metilergometrina e toxicidade ao ergot (vasoespasmo e isquemia das extremidades e outros tecidos).

Bromocriptina

  • O uso concomitante de bromocriptina e Maleato de Metilergometrina no puerpério não é recomendado, pois o Maleato de Metilergometrina pode potencializar o efeito vasoconstritor de outros alcaloides de ergot.

Prostaglandinas

  • Prostaglandinas (por exemplo, sulprostone, dinoprostona, misoprostol) facilitam a contração do miométrio, portanto, Maleato de Metilergometrina pode potencializar a ação uterina das prostaglandinas e vice-versa. O uso concomitante com estes fármacos não é recomendado.

Interações a serem consideradas

Inibidores menos potentes do CYP3A4

  • Cautela é requerida ao utilizar Maleato de Metilergometrina concomitantemente com inibidores menos potentes do CYP3A, uma vez que isto pode resultar na exposição aumentada do Maleato de Metilergometrina (por exemplo, cimetidina, delavirdina, suco de grapefruit, quinupristina e dalfopristina).

Vasoconstritores, triptanos, simpatomiméticos e outros alcaloides de ergot

  • Deve-se ter cautela quando Maleato de Metilergometrina for utilizado simultaneamente a outros vasoconstritores ou outros alcaloides do ergot. O Maleato de Metilergometrina pode potencializar os efeitos vasoconstritores/vasopressores de outras drogas, tais como triptanos (receptores agonistas 5HT1B/1D), simpatomiméticos (inclusive aqueles utilizados em anestesia local) ou outros alcaloides do ergot.

Betabloqueadores

  • Deve-se ter cautela quando Maleato de Metilergometrina é usado simultaneamente com betabloqueadores. Administração concomitante com betabloqueadores pode potencializar a ação vasoconstritora dos alcaloides de ergot.

Anestésicos

  • Anestésicos, como halotanos e metoxifluoranos, podem reduzir o potencial ocitócico de Maleato de Metilergometrina.

Indutores do CYP3A4

  • Drogas (por exemplo, nevirapina, rifampicina) que são fortes indutores do CYP3A4 são prováveis de diminuir a ação farmacológica de Maleato de Metilergometrina.

Trinitrato de glicerina e outras drogas antianginosas

  • O Maleato de Metilergometrina induz vasoconstrição e pode reduzir o efeito do trinitrato de glicerina e outras drogas antianginosas.

Quais cuidados devo ter ao usar o Maleato de Metilergometrina?

Recomendações gerais na administração

Quando a apresentação é pélvica ou em outros casos de apresentações anormais, Maleato de Metilergometrina não deve ser administrado antes que o nascimento da criança esteja finalizado e, em gravidez múltipla, somente após nascer a última criança.

O controle ativo do terceiro estágio de parto requer supervisão obstétrica.

Injeção intramuscular é a via de administração recomendada. As injeções intravenosas devem ser administradas lentamente por um período de no mínimo 60 segundos, com monitoramento cauteloso da pressão sanguínea. A injeção intra ou periarterial deve ser evitada.

Hipertensão e insuficiência da função hepática ou renal

Deve-se ter cautela na presença de hipertensão leve ou moderada (Maleato de Metilergometrina é contraindicado na hipertensão grave) ou em distúrbios da função hepática ou renal.

Doença arterial coronariana

Pacientes com doença arterial coronariana ou com fatores de risco para doença arterial coronariana (por exemplo, tabagismo, obesidade, diabetes, colesterol alto) podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de isquemia miocárdica e infarto associado ao Maleato de Metilergometrina induzida por vasoespasmo.

Erros de medicação

Administração acidental a recém-nascidos foi reportada. Nestes casos de sobredose neonatal acidental, sintomas como depressão respiratória, convulsões, cianose e oligúria foram relatados. Além disso, tem sido relatada encefalopatia em lactentes que apresentaram sinais e sintomas, tais como irritabilidade, agitação e letargia. O tratamento deve ser sintomático, nos casos mais graves suporte respiratório e cardiovascular foi necessário. Casos fatais foram relatados na ausência de tratamento adequado.

Gravidez

O uso de Maleato de Metilergometrina na gravidez é contraindicado devido à potente atividade uterotônica.

Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez C, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Lactação

Tem sido demonstrado que maleato de Maleato de Metilergometrina pode reduzir a secreção de leite, bem como ser excretado no leite materno. Foram observados casos isolados de intoxicação em lactentes cujas mães receberam o medicamento por vários dias. Um ou mais dos seguintes sintomas foram observados (desaparecendo com a suspensão da medicação): pressão arterial elevada, bradicardia ou taquicardia, vômito, diarreia, inquietude e convulsões.

Em virtude das possíveis reações adversas para a criança e pela redução da secreção do leite, não se recomenda usar Maleato de Metilergometrina durante a lactação. Mulheres não devem amamentar durante o tratamento com Maleato de Metilergometrina e pelo menos por 12 horas após a administração da última dose. O leite secretado durante este período deve ser descartado.

Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas

O Maleato de Metilergometrina pode causar vertigem e convulsões. Portanto, deve-se ter cautela ao dirigir veículos e/ou operar máquinas, especialmente durante o início do tratamento com Maleato de Metilergometrina.

Qual a ação da substância Maleato de Metilergometrina?

Resultados de Eficácia


Num estudo randomizado, duplo-cego, ativo-controlado, com 1.574 parturientes o uso de Maleato de Metilergometrina associado à ocitocina reduziu a taxa de hemorragia pós-parto na mesma proporção que o uso e misoprostol associado à ocitocina [3,5% (14/398) e 3,2% (13/404) respectivamente; P = NS]. Esses dois grupos de tratamento apresentaram resultados superiores aos grupos tratados com misoprostol e ocitocina em monoterapia. As combinações de misoprostol + ocitocina e Maleato de Metilergometrina + ocitocina diminuíram a duração do terceiro período do trabalho de parto e reduziram a incidência de hemorragia pós-parto e a necessidade adicional de ocitócicos.1

Em outro estudo prospectivo, aberto e ativo-controlado, 438 parturientes foram designadas para receber ocitocina IV em bolo no final do 2º estágio do trabalho de parto (n = 82); ocitocina IV em infusão continua no final do 2º estágio do trabalho de parto (n = 95); ocitocina IV em bolo após o 3º estágio do trabalho de parto (n = 52); Maleato de Metilergometrina IV em bolo no final do 2º estágio do trabalho de parto (n = 70); Maleato de Metilergometrina IV em infusão contínua no final do 2º estágio do trabalho de parto (n = 79); e Maleato de Metilergometrina IV em bolo após o 3º estágio do trabalho de parto (n = 60). A duração do 3º estágio do trabalho de parto no grupo tratado com Maleato de Metilergometrina IV em bolo imediatamente após a saída do ombro anterior do concepto (4,8 + 2,1 min) foi significantemente mais curta que a dos grupos tratados com Maleato de Metilergometrina e ocitocina IV em bolo após o 3º estágio do trabalho de parto (i.e. a expulsão da placenta) (6,4 + 3,0 e 6,3 + 2,5 min respectivamente; p < 0,01). As necessidades de uso repetido de uterotônicos e as variações na concentração de hemoglobina não foram diferentes entre os 6 grupos de tratamento, e as taxas de eventos adversos foram baixas e semelhantes.2

Referências Bibliográficas:

1. Caliskan E at al. Oral Misoprostol for the Third Stage of Labor: A Randomized Controlled Trial. Obstet Gynecol 2003; 101,921-927.
2. Fujimoto M et al. Prevention of postpartum hemorrhage by uterotonic agents: comparison of oxytocin and methylMaleato de Metilergometrinae in the management of the third stage of labor. Acta Obstet Gynecol Scand 2006; 85,1310-1314.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: ocitócico (código ATC G02A B01).

O Maleato de Metilergometrina, um derivado semissintético do alcaloide natural Maleato de Metilergometrina, é um potente e específico agente uterotônico. Atua diretamente no músculo liso uterino e aumenta o tônus basal, a frequência e a amplitude das contrações rítmicas. Comparado com outros alcaloides do ergot, o efeito do Maleato de Metilergometrina no sistema nervoso central e no sistema cardiovascular é menos pronunciado. O efeito ocitócico forte e seletivo do Maleato de Metilergometrina resulta de suas ações específicas como agonista parcial e antagonista em receptores alfa-adrenérgicos, serotoninérgicos e dopaminérgicos. Todavia, isso não exclui totalmente o aparecimento de complicações vasoconstritoras.

Propriedades farmacocinéticas

O início da ação de Maleato de Metilergometrina ocorre dentro de 30 a 60 segundos após injeção intravenosa e de 2 a 5 minutos após injeção intramuscular, mantendo-se por 4 a 6 horas.

Absorção

Em estudos conduzidos em mulheres voluntárias sadias sob jejum, demonstrou-se que a absorção oral de 0,2 mg de Maleato de Metilergometrina foi rápida, atingindo uma concentração máxima plasmática (Cmáx) de 3,243 ± 1,308 picograma/mL em um tempo de 1,12 ± 0,82 horas (tmáx). Para uma injeção de 0,2 mg por via intramuscular, observam-se os seguintes valores: Cmáx de 5,918 ± 1,952 picograma/mL e tmáx de 0,41 ± 0,21 hora.

Distribuição

Após injeção IV, o Maleato de Metilergometrina é rapidamente distribuída do plasma para os tecidos periféricos dentro de, no máximo, 2 a 3 minutos.

Em mulheres voluntárias sadias, o volume de distribuição é de 56,1 ± 17,0 litros. Não se sabe se a droga atravessa a barreira hematoencefálica.

Biotransformação/metabolismo

O Maleato de Metilergometrina é metabolizada principalmente no fígado. O caminho metabólico da droga ainda não foi pesquisado em seres humanos.

Nos estudos in vitro, verificou-se N-desmetilação e hidroxilação do anel fenílico.

Eliminação

Em mulheres voluntárias sadias, após administração oral, o clearance (depuração) plasmático é de 14,4 ± 4,5 litros por hora e a meia-vida de eliminação é de 3,29 ± 1,31 horas. Um estudo em homens voluntários demonstrou que cerca de 3% da dose oral é eliminada como droga inalterada na urina. A droga é principalmente eliminada com a bile nas fezes. O Maleato de Metilergometrina é também secretada no leite materno. Após 1 hora da administração única oral de 250 microgramas de Maleato de Metilergometrina, a proporção leite / plasma foi de 0,18 + 0,03. A meia vida de Maleato de Metilergometrina reportada no leite é de 2,3 + 0,3 h.

Dados de segurança pré-clínicos

O potencial genotóxico de Maleato de Metilergometrina não foi determinado. Não existem estudos disponíveis que avaliem o potencial carcinogênico de Maleato de Metilergometrina. Estudos padrões com animais de fertilidade e toxicidade reprodutiva não foram realizados com Maleato de MetilMaleato de Metilergometrina.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Ergometrin®.

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