Gelatina + Trombina: bula, para que serve e como usar

Kit de Gelatina + Trombina é indicado em procedimentos cirúrgicos (exceto oftálmicos) como auxílio à hemostasia quando o controle da hemorragia por ligadura ou procedimentos convencionais é ineficaz ou impraticável.

Quais as contraindicações do Gelatina + Trombina?

Este medicamento é contraindicado para o uso por pacientes com alergias conhecidas a materiais de origem bovina.

  • O produto não deve ser usado no fechamento de incisões da pele porque pode interferir com a cicatrização das bordas da pele devido à interposição mecânica de gelatina.
  • O produto não deve ser injetado ou comprimido no interior de vasos sanguíneos. O produto não deve ser aplicado na ausência de fluxo sanguíneo ativo, por exemplo, em vasos com clamp ou em ponte (“bypass”). Caso contrário, pode ocorrer extensa coagulação intravascular e até morte.

Para se evitar um risco de reação alérgica anafilactóide e/ou eventos tromboembólicos, que podem representar risco à vida, o produto não deve ser injetado no interior de vasos.

A trombina deve ser adicionada à matriz de gelatina antes do uso.

Preparação da Gelatina + Trombina- gelatina e trombina

Inspecione a integridade do conteúdo do kit de Gelatina + Trombina. Se a embalagem ou os frascos estiverem danificados ou abertos, não devem ser utilizados.

Abertura do kit

  • Abrir a embalagem do componente de trombina e frasco de diluente fora do campo estéril. Os itens nesta embalagem serão usados para reconstituir a trombina antes de transferi-la para o campo estéril.
  • Abrir a embalagem externa contendo o componente de matriz de gelatina e colocar a embalagem interna estéril no campo estéril. Uma vez colocada no campo cirúrgico, a embalagem interna pode ser aberta em qualquer momento.

Preparação da solução de trombina

  • Remover a tampa de plástico do frasco de solução de cloreto de cálcio. Remover a tampa de plástico do frasco de trombina. Desinfetar as tampas de borracha de ambos os frascos com uma solução germicida e espere secar. Não utilizar preparações que contêm iodo como a iodopovidona para a desinfecção.
  • Usando a seringa de 5 mL com agulha acoplada fornecida na embalagem do componente de trombina, transferir os 5 mL de solução de cloreto de cálcio para o frasco que contém a trombina liofilizada. Manter a agulha da seringa de 5 mL dentro do frasco de trombina. Descartar o frasco vazio de solução de cloreto de cálcio apropriadamente.
  • Girar suavemente o frasco de trombina até que a trombina esteja completamente dissolvida. Uma vez reconstituída, a solução de trombina deve ser usada o mais rápido possível. Entretanto, a solução pode ser usada em até 4 horas depois da reconstituição.
  • Aspirar a solução de trombina na seringa. Transferir a solução de trombina para o campo estéril ao dispensá-la na pequena tigela fornecida na embalagem do componente de matriz de gelatina. Descartar o frasco vazio de trombina e a seringa de 5 mL com agulha acoplada apropriadamente.

Mistura da solução de trombina na matriz de gelatina

  • Uma seringa vazia de 5mL com um conector Luer fêmea é fornecido. Utilizando-se esta seringa, aspire a solução de trombina do pequeno recipiente até a marca indicada (4mL).
  • Remova a cobertura do Luer da seringa que contém a gelatina. Execute este procedimento com cuidado para evitar derramar os grânulos de gelatina. Conecte esta seringa à seringa contendo a solução de trombina.
    • Empurrar o êmbolo da seringa com a solução de trombina para passar toda a solução para dentro da seringa que contém a matriz de gelatina. Isto constitui “uma passagem”. Transferir a solução da mistura de matriz de gelatina e trombina de uma seringa para a outra por um total de pelo menos vinte passagens. Ao começar a misturar, não tentar forçar a passagem de grandes massas secas de matriz de gelatina pelo conector Luer, já que pode entupir. Depois das primeiras passagens, a maior parte da matriz de gelatina deve estar hidratada, sendo que o conteúdo deve então ser rapidamente passado entre as seringas para promover a mistura completa. Ao ser concluída a mistura, o produto deve estar na seringa com a indicação Gelatina + Trombina Matrix.
    • Certificar-se de que a seringa com a indicação Gelatina + Trombina Matrix contém a Gelatina + Trombina.
    • Caso desejar, conectar uma ponta aplicadora à seringa que contém Gelatina + Trombina. O produto pode também ser aplicado diretamente a partir da seringa.
    • A consistência e performance do produto podem não ser ideais caso seja usado antes de decorrer 30 segundos depois de sua preparação.
    • Gelatina + Trombina pode ser utilizado em até duas (2) horas depois da mistura com a solução de trombina.
    • Caso queira, transferir a Gelatina + Trombina para uma seringa menor (de 3mL, por exemplo) para extrusão através de pontas aplicadoras mais longas.

Colocação/ Aplicação da Gelatina + Trombina

Gelatina + Trombina não deve ser injetado no interior de vasos sanguíneos.

Para obter melhores resultados, o produto deve entrar em contato absoluto com a superfície do tecido que está sangrando ativamente.

As partículas do produto expandem aproximadamente 20% ao entrar em contato com sangue ou outros fluidos. O volume máximo da expansão é obtido dentro de aproximadamente 10 minutos.

Técnica de aplicação

  1. Aplicar Gelatina + Trombina diretamente na fonte de sangramento
  2. Manter Gelatina + Trombina – gelatina e trombina no local (fonte de sangramento) por 2 minutos com aproximação suave.
  3. Usar quantidades adequadas de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina para cobrir completamente a falha no tecido.
  4. Trabalhar rapidamente
  5. Remover com irrigação o excesso de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina, porém sem remover o novo coágulo.

 Identificar a fonte da hemorragia na superfície do tecido. Este é o sítio alvo para a aplicação do produto.

Aproximar manualmente uma gaze umedecida com solução fisiológica (não heparinizada) estéril contra a superfície hemorrágica e usar a ponta aplicadora (ou a ponta da seringa) para aplicar o produto entre a gaze e a superfície hemorrágica. A gaze irá manter o produto no lugar contra a superfície hemorrágica na presença de hemorragia ativa. Aplicar uma quantidade suficiente do produto para criar um pequeno “montículo” de material na fonte da hemorragia.

Para defeitos em tecidos (“lacerados” ou “crateras”), começar a aplicação do produto na porção mais profunda da lesão, e continuar aplicando o material à medida que a seringa (ou ponta aplicadora, se usada) é retirada da lesão. Esta ação de “retro-enchimento” irá assegurar que o produto entre em contato com toda a superfície hemorrágica no defeito do tecido.

Aplicar uma gaze para aproximar o produto contra a superfície hemorrágica, ajustando-a à lesão.

Depois de aproximadamente dois minutos, levante a gaze e inspecione o sítio da ferida. Se a hemorragia houver parado, o excesso do produto (não incorporado no coágulo hemostático) deve ser removido por meio de suave irrigação.

Para minimizar o rompimento do coágulo, remover a gaze depois de obtida a hemostasia. Se a gaze se aderir ao coágulo recém formado, irrigar a gaze com solução fisiológica não heparinizada e remover cuidadosamente do sítio tratado.

Em casos de hemorragia persistente, indicada por saturação dos grânulos e sangramento através deles, inserir a ponta aplicadora no centro da massa do produto previamente colocada para aplicar o produto o mais próximo possível da superfície do tecido. Depois da reaplicação da Gelatina + Trombina, retomar a aproximação com uma gaze por mais dois minutos no máximo, e então voltar a inspecionar o sítio. Repetir a reaplicação se necessário.

Uma vez que a hemorragia parar, o excesso do produto, material não incorporado no coágulo hemostático, deve ser removido por meio de suave irrigação.

O complexo coágulo – Gelatina + Trombina não deve ser manipulado fisicamente. O produto incorporado no coágulo hemostático deve ser deixado no local.

Para aplicações nasais / sinusais

Para cirurgia endoscópica sinusal e epistaxe

  • Aplicar o produto à fonte da hemorragia usando um aplicador não traumático de comprimento apropriado conectado à seringa da Gelatina + Trombina – gelatina e trombina.
  • Aplicar a quantidade suficiente do produto para cobrir generosamente toda a superfície hemorrágica.
  • Utilizando pinça ou outro instrumento apropriado, colocar cuidadosamente um cotonóide umedecido sobre o produto por 1 a 2 minutos para assegurar que o material permaneça em contato com o tecido hemorrágico. Em casos de hemorragia persistente, indicada por saturação dos grânulos e sangramento através deles, inserir a ponta aplicadora no centro da massa do produto previamente colocada para aplicar novo material o mais próximo possível da superfície do tecido. Depois da reaplicação da Gelatina + Trombina – gelatina e trombina, usar um cotonóide umedecido para aproximar o material ao tecido por mais um minuto, e então inspecionar o sítio. Repetir a reaplicação se necessário.
  • Uma vez obtida a hemostasia, remover o cotonóide. O excesso de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina deve ser removido com suave irrigação ou sucção cuidadosa. Evitar perturbar o complexo coágulo – produto.
  • O uso de tamponamento nasal não tem sido necessário quando é obtida uma hemostasia satisfatória com Gelatina + Trombina – gelatina e trombina.
  • O uso do produto como suporte mecânico não foi estudado.

Posologia do Gelatina + Trombina


A dose adequada de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina depende da dimensão da superfície a ser vedada ou recoberta ou da dimensão da lesão.

Em um estudo clínico randomizado prospectivo, concomitantemente controlado usando uma formulação de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina contendo trombina bovina, um total de 309 pacientes recebeu Gelatina + Trombina – gelatina e trombina ou o Controle (Esponja de Gelatina + Trombina).

Os eventos adversos mais comuns registrados durante e depois da aplicação dos agentes hemostáticos foram de anemia, fibrilação atrial, infecção e hemorragia.

Nenhum dos eventos adversos ocorridos foi julgado pelo cirurgião como sendo “provavelmente relacionado” ao uso de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina.

Eventos Adversos reportados em mais que 1% de pacientes em ensaio clínico de Gelatina + Trombina

Evento Adverso

Gelatina + TrombinaControle (esponja de gelatina + trombina)

Anemia

12 (8%)7 (4%)

Fibrilação Atrial

10 (6%)8 (5%)

Infecção

10 (6%)11 (7%)

Hemorragia

6 (4%)6 (4%)

Pneumonia

6 (4%)2 (1%)

Infecção do trato urinário

6 (4%)3 (2%)

Rash

5 (3%)3 (2%)

Edema

5 (3%)1 (<1%)

Hipotensão

4 (3%)2 (1%)

Dificuldade respiratória

4 (3%)3 (2%)

Confusão

4 (3%)0 (0%)

Ruptura dural

4 (3%)4 (3%)

Fibrilação Ventricular

4 (3%)3 (2%)

Arritmia

4 (3%)0 (0%)

Insuficiência cardíaca direita

3 (2%)2 (1%)

Trombose arterial

3 (2%)8 (5%)

Febre

3 (2%)2 (1%)

Atelectasia

3 (2%)1 (<1%)

Derrame pleural

3 (2%)5 (3%)

Números refletem número de pacientes em cada grupo de tratamento reportando um ou mais eventos adversos mapeados de acordo com o Sistema COSTART modificado (5ª edição). A cada nível de comparação (Evento Adverso) pacientes são contabilizados apenas uma vez.

Outros eventos adversos observados em 1 % ou menos dos pacientes do estudo clínico de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina foram:

  • Infarto do miocárdio, celulite, pneumotórax, dor, acidente vascular cerebral, alucinação, parestesia, bradicardia, abscesso, diarréia, retenção urinária, deiscência, úlcera cutânea, reação transfusional, dispnéia, parada cardíaca, edema pulmonar, dor nas costas, taquicardia ventricular, neuropatia, insuficiência renal aguda, necrose tubular renal, gastrite, náuseas e vômitos, erupção cutânea, hiperglicemia e úlcera do calcanhar.

Os eventos adversos a seguir, todos avaliados como “leves”, foram julgados pelo cirurgião como “possivelmente relacionados” ao uso de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina: anemia (2 pacientes, 1%), leve hemorragia pós-operatória (1 paciente, <1%) e inflamação local (1 paciente, <1%). Nenhum outro evento adverso foi julgado pelo cirurgião como relacionado ao uso de Gelatina + Trombina – gelatina e trombina.

Reações alérgicas podem surgir em pessoas com sensibilidade conhecida a materiais bovinos.

Agentes hemostáticos à base de gelatina: eventos adversos relatados

  • Os agentes hemostáticos à base de gelatina podem servir de nicho para a formação de infecção e abscesso havendo relatos de potencialização do crescimento bacteriano.
  • O excesso de agentes hemostáticos à base de gelatina deve ser sempre removido por irrigação suave no local da aplicação. A remoção do excesso é feita para evitar uma reação inflamatória excessiva, adesão e/ou formação de granuloma.
  • Granulomas de células gigantes têm sido observados em sítios de implantação quando do uso no cérebro.
  • Foi observada compressão do cérebro e da medula vertebral, resultante do acúmulo de líquido estéril.
  • Múltiplos eventos neurológicos já foram relatados quando agentes hemostáticos absorvíveis à base de gelatina foram usados em operações de laminectomia incluindo síndrome da cauda eqüina, estenose vertebral, meningite, aracnoidite, dores de cabeça, parestesias, dor, disfunção vesical e intestinal, e impotência.
  • O uso de agentes hemostáticos absorvíveis à base de gelatina durante a reparação de defeitos durais associada a operações de laminectomia e craniotomia foi associado à febre, infecção, parestesias de membros inferiores, dor cervical e lombar, incontinência vesical e intestinal, síndrome da cauda eqüina, bexiga neurogênica, impotência e paresia.
  • O uso de agentes hemostáticos absorvíveis à base de gelatina foi associado à paralisia, devido à migração do dispositivo no interior de forames no osso ao redor da medula vertebral, além de cegueira, devido à migração do dispositivo na órbita do olho, durante a lobectomia, laminectomia e tratamento cirúrgico de uma fratura de osso frontal com laceração lobar.
  • Reações a corpo estranho, “encapsulação” de líquido e hematoma têm sido observados em sítios de implantação.
  • Fibrose excessiva e fixação prolongada de um tendão foram relatadas quando foram usadas esponjas absorvíveis à base de gelatina na reparação de tendões severamente comprometidos.
  • Síndrome de choque tóxico foi relatada em associação com o uso de hemostáticos absorvíveis à base de gelatina em cirurgia nasal.
  • Febre, falha na absorção e perda de audição foram observados quando foram usados agentes hemostáticos absorvíveis durante timpanoplastia.

Reações adversas à trombina humana

A exemplo de qualquer derivado plasmático, em casos raros, podem ocorrer reações anafilactóides ou anafiláticas. Nenhum evento adverso deste tipo foi relatado durante o curso de estudos clínicos usando um produto diferente que contém o mesmo componente de trombina humana. As reações leves podem ser controladas com anti-histamínicos; as reações graves com hipotensão exigem intervenção imediata com o uso dos princípios atuais da terapia no choque.

Equivalência da trombina bovina e humana

O desempenho de Gelatina + Trombina Matrix (com trombina humana) foi comparado àquele de Gelatina + Trombina original (que contém trombina bovina) em um modelo de sangramento hepático em suínos.

As taxas de fluxo sanguíneo para as lesões criadas neste modelo foram registradas em intervalos específicos, e analisadas estatisticamente pelo método de Blackwelder e Chang modificado para variáveis contínuas. Esta análise demonstra que o desempenho da Gelatina + Trombina Matrix – gelatina e trombina é equivalente ao desempenho da Gelatina + Trombina original, com um p-valor < 0,001 em cada um dos intervalos de avaliação.

Além disso, cada lesão foi avaliada subjetivamente quanto ao sangramento, recebendo um escore em cada intervalo. Estes dados foram analisados usando o método de Blackwelder e Chang para as proporções. Os resultados para todas as lesões em todos os animais mostraram que Gelatina + Trombina Matrix – gelatina e trombina e a Gelatina + Trombina original eram equivalentes para cada um dos intervalos, com um p-valor de 0,015.

Uso de Gelatina + Trombina – como um agente hemostático para hemorragia nasal / sinusal

A Gelatina + Trombina – gelatina e trombina foi usado como um agente hemostático para o controle de hemorragia intra- e pósoperatória (epistaxe) durante a cirurgia nasal / sinusal em 18 pacientes (30 sítios de aplicação). Os pacientes foram acompanhados por 24 horas depois da cirurgia e todas as complicações e episódios de epistaxe foram registrados durante este período. A hemorragia intra-operatória cessou em 30 dos 30 (100%) sítios de aplicação. Nenhuma complicação intraoperatória foi relatada neste grupo. Um paciente apresentou epistaxe 6 horas depois da operação; este paciente foi tratado sem eventos e recebeu alta hospitalar no primeiro dia pós-operatório.

Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm , ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Gelatina + Trombina maior do que a recomendada?

A quantidade de produto aplicada é proporcional à dimensão da lesão e o excesso de produto é removido com irrigação. Não existem relatos de eventos adversos relacionados à superdose do produto.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Gelatina + Trombina com outros remédios?

Não são conhecidas interações do produto com outros medicamentos.

Quais cuidados devo ter ao usar o Gelatina + Trombina?

Gerais

  • Apenas para uma única utilização. Não reesterilizar.
  • Visto que a solução de trombina pode ser desnaturada mediante o contato com soluções que contêm álcool, iodo ou íons de metais pesados, o produto não deve ser aplicado antes do sítio de aplicação ser limpo para a retirada de quaisquer antisépticos que possam conter tais substâncias.
  • Quando aplicado no interior de cavidades ou espaços teciduais fechados, aconselha-se a aproximação suave. Quando aplicadas a um sítio hemorrágico, as partículas do produto se edemaciam em aproximadamente 20 % mediante o contato com sangue ou outros fluidos. O volume máximo da expansão é obtido dentro de aproximadamente 10 minutos.
  • A exemplo de outros agentes hemostáticos, o produto não deve ser aspirado para dentro de circuitos de circulação cardiopulmonar extracorpórea ou circuitos de recuperação de sangue para transfusão autóloga. Foi demonstrado que fragmentos de agentes hemostáticos à base de colágeno podem passar através de filtros de transfusão de 40μm dos sistemas de lavagem de sangue.
  • O produto não deve ser usado com metilmetacrilato ou outros adesivos acrílicos. O colágeno microfibrilar reduz a potência de adesivos de metilmetacrilato usados para fixar dispositivos protéticos a superfícies ósseas. Não usar Gelatina + Trombina em superfícies ósseas, onde adesivos são requeridos para fixar dispositivos protéticos.
  • O produto não deve ser usado para o tratamento primário de distúrbios da coagulação.

A segurança e a eficácia do uso combinado do produto com antibióticos em soluções ou pós não foram estabelecidas.

  • A segurança e a eficácia do uso em procedimentos neurocirúrgicos e urológicos não foram estabelecidas por meio de estudo clínico randomizado.
  • Em procedimentos urológicos, o produto não deve ser deixado na pelve renal ou nos ureteres para se eliminar potencial foco de formação de cálculos.
  • Alguns vírus, como o parvovírus B19, são, por ora, particularmente difíceis de remover ou inativar. O parvovírus B19 afeta com maior gravidade as gestantes ou indivíduos imunocomprometidos. Os sintomas da infecção por parvovírus B19 incluem febre, sonolência, calafrios e rinorréia, que depois de aproximadamente duas semanas, são seguidos de uma erupção cutânea e dor articular. Os pacientes devem ser encorajados a consultar seu médico no aparecimento de tais sintomas: Carcinogênese, mutagênese, distúrbio da fertilidade.
  • Não foram conduzidos estudos a longo prazo em animais para avaliar o potencial carcinogênico do produto ou estudos para determinar o efeito do produto sobre a fertilidade.

Uso na gravidez

Não se sabe se o Gelatina + Trombina – gelatina e trombina pode causar dano ao feto quando administrado a uma gestante ou se pode afetar a capacidade reprodutora. O produto deve ser administrado a uma mulher gestante somente se realmente necessário.

Categoria “C” de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Advertências do Gelatina + Trombina


Gelatina + Trombina contém trombina feita a partir de plasma humano. Os produtos feitos a partir de plasma humano podem conter agentes infecciosos, como vírus, que podem causar doença. O risco de que tais produtos possam transmitir um agente infeccioso é reduzido pela triagem dos doadores de plasma quanto à exposição anterior a certos vírus, por provas quanto à presença de certas infecções virais atuais, e pela inativação e remoção de certos vírus. Apesar destas medidas, tais produtos podem ainda potencialmente transmitir doença. Como este produto é preparado a partir de sangue humano, pode representar um risco de transmissão de agentes infecciosos, por exemplo, vírus e, teoricamente, o agente da doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD). Todas as infecções consideradas pelo médico como possivelmente transmitidas por este produto devem ser relatadas pelo médico ou outro profissional de saúde à Baxter. O médico deve discutir os riscos e os benefícios deste produto com o paciente.

  • Gelatina + Trombina não se destina a servir como substituto de técnicas cirúrgicas meticulosas e da aplicação adequada de ligaduras ou outros procedimentos convencionais para a hemostasia. O produto é eficaz em hemorragias cirúrgicas, desde leves (gotejamento) a intensas (jatos), e não se destina ao uso como agente hemostático profilático.
  • O produto não deve ser usado na presença de infecção. O produto deve ser usado com precaução em áreas contaminadas do corpo. Caso se desenvolva sinais de infecção ou abscesso no local onde o produto foi aplicado, pode ser necessária uma nova operação a fim de se remover o material infectado e permitir a drenagem.
  • Independente do tipo de procedimento cirúrgico, os cirurgiões devem considerar o volume máximo de expansão de aproximadamente 20% do produto depois de sua aplicação, bem como seu potencial efeito sobre as áreas anatômicas adjacentes. O volume máximo de expansão é obtido dentro de aproximadamente 10 minutos.
  • Qualquer excesso do produto (material não incorporado no coágulo hemostático) deve ser removido por meio de suave irrigação do sítio de aplicação, particularmente quando usada dentro, ao redor ou nas proximidades de forames em ossos, áreas de confinamento ósseos, na medula vertebral, cérebro e/ou nervos craniamos.
  • A segurança e a eficácia da Gelatina + Trombina para uso em procedimentos oftálmicos não foram estabelecidas.
  • O produto não deve ser usado no controle de hemorragia ou menorragia pós-parto.
  • A segurança e a eficácia do produto não foram estabelecidas em gestantes e estudos de grande porte com criança.

Qual a ação da substância Gelatina + Trombina?

Resultados de Eficácia


Desenho do estudo e objetivos

Um estudo prospectivo, randomizado, controlado, multi-centrico, multi-especialidades foi realizado utilizando uma formulação de Gelatina + Trombina contendo trombina bovina. Trezentos e nove (309) pacientes foram inscritos em 10 centros. O objetivo do estudo foi avaliar a segurança e a eficácia da Gelatina + Trombina em comparação com um hemostático comercialmente disponível, esponja de gelatina absorvível (“esponja de gelatina”) + trombina, no controle de sangramento intra-operatório. Este estudo foi desenhado para mostrar que a taxa de sucesso da Gelatina + Trombina foi equivalente à taxa de sucesso para o controle. Pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, vascular ou da coluna vertebral/ortopédicas foram incluídos. Os pacientes foram randomizados somente depois que ficou determinado que o sangramento não poderia ser controlado utilizando abordagens convencionais (ex. pressão direta, suturas e/ou cauterização) por causa de sua ineficácia ou impraticabilidade. Sucesso no alcance da hemostasia foi definido como a interrupção do sangramento dentro de 10 minutos após a aplicação do agente. O desfecho primário foi sucesso na hemostasia para o primeiro local de sangramento tratado. Um desfecho secundário foi o tempo de hemostasia para o primeiro local de sangramento tratado. Embora vários locais de sangramento em um mesmo paciente foram tratados, somente o primeiro local de sangramento tratado foi usado para determinar a eficácia primária, uma vez que este foi o único ponto de sangramento cuja escolha de hemostático foi realmente aleatória.

Desfecho primário

O desfecho primário, cessação do sangramento dentro de 10 minutos da primeira lesão, alcançou taxa de êxito de 96% no grupo Gelatina + Trombina e 77% no grupo controle. Tratamento e Controle demonstraram ser equivalentes usando o teste Blackwelder e Chang, usando um δ (diferença clinicamente significante) de 0,15 (p<0,0001). A diferença entre Tratamento e Controle também foi demonstrada estatisticamente significante usando o teste Cochran-Mantel-Haenszel (p<0,001).

Os dados do desfecho primário foram estratificados para cada especialidade cirúrgica e os resultados estão resumidos na tabela abaixo:

Hemostasia dentro de 10 minutos – Apenas primeira lesão (intention-to-treat)

Categoria do Paciente

Gelatina + TrombinaControle

Todos pacientes

96% (149/156)77% (118/153)

Cardíacos

94% (45/48)60% (27/45)

Vascular

93% (40/43)76% (35/46)

Vertebral/Ortopédico

98% (64/65)90% (56/62)

Na coorte cardíaca, 88 dos 93 pacientes (95%) foram submetidos a cirurgia com circulação cardiopulmonar extracorpórea. Gelatina + Trombina foi utilizado para hemostasia antes da reversão da heparina pela administração de sulfato de protamina em 19 dos 46 pacientes. Sulfato de protamina reverte os efeitos anticoagulantes da heparina.

Resultados de hemostasia em 10 minutos para os pacientes heparinizados em ambos os grupos, Gelatina + Trombina e Controle, antes e depois da reversão da heparina com o sulfato de protamina, são demonstrados na tabela abaixo:

Hemostasia atingida em 10 minutos, antes e depois da administração de Protamina (apenas pacientes cardíacos)

Grupo

Antes da ProtaminaDepois da Protamina

Gelatina + Trombina

89% (17/19)96% (26/27)

Controle

36% (5/14)75% (21/28)

A taxa de êxito para a Gelatina + Trombina não parece ser afetada pela administração ou não de sulfato de protamina. Isso foi demonstrado pelo fato de a taxa de êxito da Gelatina + Trombina antes da administração de sulfato de protamina ser similar à taxa de êxito da Gelatina + Trombina após administração de sulfato de protamina, enquanto a taxa de sucesso hemostático do grupo controle foi claramente menor antes da administração do sulfato de protamina, reversor da heparina.

Desfecho secundário

Um desfecho secundário foi o tempo até hemostasia para o primeiro local de sangramento tratado.

Os dados para o tempo de hemostasia estão resumidos na tabela abaixo:

Percentual cumulativo de pacientes com hemostasia completa Primeira lesão (Pacientes de protocolo válido*)

Intervalo de tempo

Gelatina + TrombinaControle

0 – 1 minuto

41% (62/153)21% (32/150)

1 – 2 minutos

69% (106/153)32% (48/150)

2 – 3 minutos

85% (130/153)48% (72/150)

3 – 6 minutos

93% (143/153)68% (102/150)

6 – 10 minutos

97% (149/153)77% (115/150)

*Seis (6) pacientes, 3 no grupo Gelatina + Trombina e 3 no grupo Controle, foram excluídos por causa dos desvios de protocolo na mensuração de hemostasia para o primeiro local de sangramento tratado.

Quando os dados foram estratificados por especialidade cirúrgica, o tempo médio de hemostasia foi mais curto para o grupo Gelatina + Trombina do que para o grupo Controle em todas as especialidades.

Os tempos médios estão resumidos na tabela abaixo:

Tempo de Hemostasia Apenas primeira lesão (Protocolo de lesões válidas)

Tempo para Hemostasia em minutos (Intervalo de confiança de 95%*)

Categoria do paciente

Gelatina + Trombina

Controle
Todos pacientes

2,0 (1,5-2,5)

6,0 (5,5-6,0)
Cardíacos

2,8 (2,0-4,0)

8,0 (6,0-8,5)
Vascular

2,5 (2,0-4,0)

6,5 (4,5-8,0)
Vertebral/Ortopédico

1,5 (1,0-1,5)

3,0 (2,0-4,5)

*Intervalo de confiança usando correção de Bonferroni.

Características Farmacológicas


Gelatina + Trombina é um agente hemostático indicado em procedimentos cirúrgicos (exceto os oftálmicos) como adjuvante da hemostasia quando o controle do sangramento por ligadura ou procedimentos convencionais é ineficaz ou impraticável. É um agente hemostático eficaz, em diferentes tipos de sangramentos (viscoso, fluido ou jato), especialmente quando o sangramento é ativo ou quando os anticoagulantes ou procedimentos cirúrgicos, como circulação cardiopulmonar , alteram o sistema de coagulação do paciente. O kit de Gelatina + Trombina consiste em gelatina obtida de couro bovino e trombina fabricada a partir de plasma humano.

Gelatina + Trombina é a combinação do componente de gelatina e o componente de trombina (humana) reconstituída. A trombina deve ser adicionada ao componente de gelatina antes do uso. É biocompatível e reabsorvida dentro de 6 a 8 semanas, consistente com a cicatrização normal de feridas.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Floseal.

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