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Antitrombina III: bula, para que serve e como usar

Antitrombina III é indicado para a profilaxia e o tratamento de complicações tromboembólicas em pacientes com deficiência congênita e deficiência adquirida de antitrombina III.

Quais as contraindicações do Antitrombina III?

Antitrombina III deve ser usado com cuidado em pacientes com reação alérgica conhecida a qualquer componente da fórmula do produto.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Não há contraindicação relativa à faixa etária.

Sob condições estéreis, a substância seca deve ser completamente reconstituída dentro de 2 minutos, no diluente pré-aquecido à temperatura ambiente ou corporal. Gire o frasco suavemente para dissolver o liofilizado. Não agite vigorosamente. Uma solução clara a levemente opalescente é obtida. Não utilize soluções turvas ou com depósitos.

A solução reconstituída deve ser aplicada por injeção ou infusão intravenosa lenta (máximo de 4 mL/min). Qualquer porção não utilizada do frasco deve ser descartada.

Após a reconstituição a solução é estável por até 48 horas quando estocada à temperatura entre 20 °C e 25°C. A fim de prevenir uma contaminação microbiana o produto reconstituído deve ser utilizado imediatamente ou eventualmente em até 8 horas, uma vez que Antitrombina III não contém conservantes.

Posologia do Antitrombina III


A dose e a duração da terapia de substituição dependem da gravidade da disfunção e da condição clínica do paciente. A quantidade a ser administrada e a frequência da administração devem ser sempre baseadas na eficácia clínica e na avaliação laboratorial de cada caso individualmente.

Uma unidade internacional (UI) de antitrombina III é equivalente à quantidade de antitrombina III presente em 1 mL de pool de plasma humano normal citratado. Esta concentração é referida como 100%. A administração de 1 UI de antitrombina III por quilo de peso eleva a atividade da antitrombina III em aproximadamente 1,5%.

A dose inicial é determinada pela seguinte fórmula:

  • Unidades necessárias = peso (kg) x (100 – atividade real da antitrombina III em %) x 2/3.

Inicialmente, a atividade da antitrombina III deve ser elevada para um nível alvo de 100% e depois deve ser mantida acima de 80% ao longo do curso de tratamento.

A dose deve ser determinada com base nas medidas de laboratório da atividade da antitrombina III. Isto deve ser realizado, pelo menos, duas vezes por dia até que o paciente esteja estabilizado e, depois, uma vez por dia e sempre imediatamente antes da próxima administração.

É importante lembrar sempre que a meia-vida da antitrombina III pode estar substancialmente diminuída em certas condições clínicas como na coagulação intravascular disseminada.

Para neonatos, lactentes e crianças administrar 40 – 60 UI de antitrombina III por quilo de peso por dia, dependendo do estado da coagulação. Se a condição clínica exigir, a dose pode ser aumentada para o máximo de 250 UI/kg/dia.

Reações alérgicas ou anafiláticas (calafrios, dispneias, edema, hipertensão, hipotensão, erupção, vermelhidão, taquicardia) bem como reações comuns (dor no peito, febre, dor de cabeça, náuseas e vômito). Medidas terapêuticas dependem da natureza e gravidade dos efeitos colaterais.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Antitrombina III maior do que a recomendada?

Até o momento não são conhecidos sintomas de superdose com Antitrombina III.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Antitrombina III com outros remédios?

O efeito da antitrombina III é muito aumentado pela heparina, o que pode diminuir de forma considerável a meia-vida da antitrombina III. O tratamento com heparina durante a normalização da atividade da antitrombina do paciente aumenta o risco de hemorragia.

A administração concomitante de heparina deve ser cuidadosamente avaliada em pacientes com risco aumentado de hemorragia. Se a heparina for empregada, apenas uma dose baixa de heparina padrão deve ser usada (≤ 500 UI por hora). O efeito sobre os parâmetros de coagulação e a atividade da antitrombina III devem ser cuidadosamente monitorados.

Para que sejam evitados casos de incompatibilidade farmacêutica, Antitrombina III não deve ser misturado a outros medicamentos. Além disso, Antitrombina III não deve ser administrado na mesma via de infusão onde estiver se infundindo os seguintes fármacos: dopamina, dobutamida e furosemida.

Para administração por infusão, o uso de solução de albumina humana a 5% é apropriado como diluente. Para preparações de diluição até 1:5, pode-se utilizar também a solução de Ringer lactato, solução fisiológica, solução de glicose 5% ou poligelina.

Porém, o uso de amido hidroxietílico não é recomendado como diluente (por infusão), porque é observada uma perda de atividade da antitrombina III.

Quais cuidados devo ter ao usar o Antitrombina III?

Gerais

Recomenda-se cautela em pacientes com alergia conhecida aos constituintes do produto. No caso de paciente com tendência conhecida para alergia, a administração de anti-histamínicos e corticosteroides ou outras medidas apropriadas devem ser consideradas. Se ocorrerem reações alérgicas ou anafiláticas, a administração/infusão deve ser interrompida imediatamente. As medidas usuais para o tratamento de choque devem ser seguidas.

Se necessário, deve seguir o seguinte tratamento adicional:

  • Reações moderadas:
    • Administrar corticoides e anti-histamínicos.
  • Reações severas ou com risco à vida, dependendo da gravidade das reações:
    • Injetar imediatamente e lentamente adrenalina, por via intravenosa;
    • Altas doses de corticoides lentamente por via intravenosa;
    • Se necessário, reposição de volume, oxigênio.

Baseado em pesquisa clínica, o uso de antitrombina III para o tratamento da Doença da Membrana Hialina em bebês prematuros não é recomendado.

Gravidez e Lactação

Categoria B de risco na gravidez: A segurança do uso de Antitrombina III em mulheres grávidas não foi estabelecida em estudos clínicos controlados. Estudos experimentais são insuficientes para determinar a segurança em relação à reprodução, desenvolvimento do embrião ou feto, curso da gestação e desenvolvimento peri e pós-natal.

Estudos em mulheres grávidas não demonstraram que a antitrombina III aumenta o risco de anormalidades fetais após a administração no terceiro trimestre da gestação. Portanto, Antitrombina III pode ser usado durante a gravidez e a lactação quando claramente necessário.

Experiências clínicas disponíveis não sugerem toxicidade no embrião ou feto. Efeitos oncogênicos e mutagênicos não foram observados.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Uso em idosos e crianças

Não há restrições para o uso de Antitrombina III.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas

Não existe qualquer indicação de que Antitrombina III possa afetar a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas.

Segurança viral

Quando medicamentos preparados a partir de sangue ou plasma humano são administrados, doenças infecciosas por transmissão de agentes infecciosos não podem ser totalmente excluídas.

Isto inclui, também, agentes de natureza desconhecida até o presente.

Alguns vírus, como parvovírus B19 ou vírus da hepatite A, são particularmente difíceis de serem removidos ou inativados ao mesmo tempo. O parvovirus B19 pode afetar de forma mais séria gestantes soronegativas ou indivíduos com comprometimento imunológico.

Para reduzir o risco de transmissão de agentes infecciosos, controles rígidos são aplicados na seleção de doadores e doações. Além disso, processos de eliminação/inativação estão incluídos no processo de fabricação do Antitrombina III:

Antitrombina III é preparado exclusivamente a partir de doações de plasma que apresentam resultado negativo para anticorpos anti-HIV-1, HIV-2, HCV e antígenos Hbs.

Além disso, o pool de plasma é testado para anticorpos anti-HIV-1, HIV-2 e antígenos Hbs, bem como para o material genético viral de HBV, HCV e HIV-1, usando a Tecnologia de Amplificação de ácido nucleico (NAT), exemplo, Reação da Cadeia de Polimerase (PCR). O PCR é um teste muito sensível, em contraste ao teste de anticorpos, através do qual um teste direto no material viral é possível. O pool de plasma é usado apenas se os resultados de todos estes testes forem negativos.

O processo de produção de Antitrombina III contém várias etapas que contribuem para a eliminação/inativação viral. O tratamento térmico do preparado em solução aquosa a 60°C por 10 horas foi introduzido para a inativação do vírus.

A vacinação apropriada contra hepatite (hepatite A e hepatite B) de pacientes que recebem regularmente medicamentos derivados do sangue e plasma humanos é recomendada.

No interesse dos pacientes é recomendado que, sempre que possível, toda vez que Antitrombina III for administrado seja registrado o nome e o número do lote do produto.

Qual a ação da substância Antitrombina III?

Resultados de Eficácia


Antitrombina III é uma terapia de substituição. A eficácia do produto está baseada na adequada reposição da deficiência de antitrombina III.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

A antitrombina III é o principal inibidor da coagulação no sangue. A ação inibitória é baseada na formação de ponte covalente entre a antitrombina III e o centro ativo das serina proteases. Estes complexos de inibidor-enzimas de coagulação são removidos pelo sistema retículo-endotelial. Os fatores mais fortemente inibidos são a trombina e o fator Xa; outros são as formas ativadas dos fatores IX, XI e XIII. A heparina atua como catalisador acelerando a reação

A atividade da antitrombina III é igual a 80-120% em adultos e cerca da metade deste valor em recém-nascidos.

Antitrombina III é distribuído e metabolizado da mesma forma que o inibidor fisiológico.

Propriedades farmacocinéticas

Os estudos da farmacocinética de Antitrombina III mostraram uma meia-vida biológica média de aproximadamente 2,5 dias. A meia-vida pode ser diminuída para aproximadamente 1,5 dias com o tratamento concomitante com heparina. A meia-vida pode ser diminuída para algumas horas em condição de alto consumo.

Propriedades toxicológicas

A antitrombina III humana é um constituinte normal do plasma. O teste de toxicidade de dose única é de pequena relevância e não permite uma estimativa de doses letal ou tóxica.

Não foram encontrados sinais de toxicidade aguda em animais testados.

O teste de toxicidade de doses repetidas em animais é impraticável devido à formação de anticorpos para proteínas heterólogas em animais.

Fontes consultadas

  • Bula do Profissional do Medicamento Kybernin® P.

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