Alanilglutamina: bula, para que serve e como usar

Alanilglutamina é indicado como parte do regime de nutrição parenteral intravenosa, em suplementação a soluções de aminoácidos para pacientes em situações catabólicas severas, tais como, cirurgias abdominais extensas e transplante de medula óssea.

Quais as contraindicações do Alanilglutamina?

Alanilglutamina não deve ser administrado a pacientes com insuficiência renal grave (clearance de creatinina < 25 mL/minuto), insuficiência hepática grave, acidose metabólica grave ou hipersensibilidade conhecida a alanilglutamina ou a qualquer um dos excipientes).

A segurança e eficácia de Alanilglutamina não foram estabelecidas em crianças.

Alanilglutamina é uma solução para diluição para infusão, não destinada à administração direta, para utilização única. A solução remanescente não deve ser administrada.

Alanilglutamina deve ser misturado a uma solução carreadora de aminoácidos ou a um regime de infusão contendo aminoácidos antes da administração. Uma parte de Alanilglutamina deve ser misturada com pelo menos 5 partes da solução carreadora (por exemplo, 100 mL de Alanilglutamina + pelo menos 500 mL de solução de aminoácidos). 3,5% é a concentração máxima de alanilglutamina durante o tratamento.

A adição de Alanilglutamina a uma solução carreadora de aminoácidos previamente à aplicação deve ser realizada em condições assépticas, assegurando que a solução concentrada seja bem dispensada. Alanilglutamina não deve ser misturado com outros medicamentos.

A escolha de uma veia central ou periférica para a administração depende da osmolaridade final da mistura. O limite geral aceito para a infusão periférica é de cerca de 800 mOsmol/L, entretanto, este pode variar consideravelmente com a idade e condição geral do paciente e características das veias periféricas. Soluções de misturas com osmolaridade superior a 800 mOsmol/L devem ser infundidas por via venosa central.

A duração do uso não deve exceder 3 semanas.

Posologia

A dose de Alanilglutamina depende da severidade do estado catabólico e da necessidade de aminoácidos do paciente.

A dose diária máxima de 2 g de aminoácidos/kg peso corpóreo (PC) não deve ser excedida para a nutrição parenteral. O suprimento de alanina e glutamina via Alanilglutamina deve ser considerado no cálculo; a proporção de aminoácidos fornecidos através de Alanilglutamina não deve ser maior que aproximadamente 20% do fornecimento total.

Dose diária

1,5 – 2,0 mL de Alanilglutamina/kg PC (0,3 – 0,4 g de L-alanil-L-glutamina/kg PC). Isto equivale a 100 – 140 mL de Alanilglutamina para um paciente de 70 kg.

Dose diária máxima

2,0 mL, ou 0,4 g de alanilglutamina do Alanilglutamina/kg PC.

Ajustes para o fornecimento de aminoácidos através da solução carreadora

  • Requerimento de aminoácidos de 1,5 g/kg PC/dia: 1,2 g de aminoácidos + 0,3 g de alanilglutamina/kg PC.
  • Requerimento de aminoácidos de 2,0 g/kg PC/dia: 1,6 g de aminoácidos + 0,4 g de alanilglutamina/kg PC.

Não são conhecidas a intensidade e frequência de reações adversas. Se administrado acima da velocidade de infusão indicada, assim como outras soluções injetáveis, podem ocorrer calafrio, náusea e vômito.

Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Alanilglutamina com outros remédios?

Não são conhecidas interações medicamentosas até o momento.

Quais cuidados devo ter ao usar o Alanilglutamina?

É recomendável o monitoramento regular dos parâmetros de função hepática em pacientes com insuficiência hepática compensada.

Eletrólitos séricos, osmolaridade sérica, balanço hídrico, relação ácido-base, assim como testes de função hepática (fosfatase alcalina, ALT e AST) e sintomas de possível hiperamonemia devem ser controlados.

A escolha de uma veia central ou periférica para a administração depende da osmolaridade final da mistura. O limite geral aceito para a infusão periférica é de cerca de 800 mOsmol/L, entretanto, este pode variar consideravelmente com a idade e condição geral do paciente e características das veias periféricas.

A experiência com o uso de Alanilglutamina por períodos maiores que nove dias é limitada.

A dose diária máxima de 2 g de aminoácidos/kg peso corpóreo (PC) não deve ser excedida para a nutrição parenteral.

Efeito sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas

Alanilglutamina não afeta a capacidade de dirigir ou operar máquinas.

Uso durante a gravidez e lactação

Como atualmente os dados sobre a administração de Alanilglutamina em mulheres grávidas ou lactantes são insuficientes a administração não é recomendada.

Categoria de risco na gravidez: B.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Qual a ação da substância Alanilglutamina?

Resultados de eficácia

Não aplicável.

Características Farmacológicas

Alanilglutamina é uma solução altamente estável do dipeptídeo L-alanil-L-glutamina, formado pelos aminoácidos Lalanina e L-glutamina, ligados covalentemente por uma ligação peptídica, da mesma forma como os aminoácidos são ligados em uma proteína natural.

Propriedades Farmacodinâmicas

O dipeptídeo L-alanil-L-glutamina é metabolizado em glutamina e alanina, suprindo estes aminoácidos em solução para infusão de nutrição parenteral. Os aminoácidos liberados fluem como nutrientes para as respectivas reservas e metabolizados de acordo com as necessidades do organismo.

Várias condições em que a nutrição parenteral é indicada são acompanhadas de depleção de glutamina, que é neutralizada por regimes de infusão contendo glutamina.

Propriedades Farmacocinéticas

O dipeptídeo L-alanil-L-glutamina é rapidamente metabolizado em alanina e glutamina após a infusão. Em homens, meias-vida entre 2,4 e 3,8 minutos (4,2 minutos em insuficiência renal terminal) e o clearance plasmático entre 1,6 e 2,7 L/minuto foram determinados.

A eliminação do dipeptídeo foi acompanhada por um aumento equimolar dos aminoácidos livres correspondentes. A hidrólise, provavelmente, ocorre exclusivamente no espaço extracelular. A eliminação renal de L-alanil-L-glutamina sob infusão constante é inferior a 5% e, portanto, igual a da infusão de aminoácidos.

Dados de segurança pré-clínica

Toxicidade aguda e sub-crônica:

Uma matriz de testes de dosagem foi conduzida em ratos e cães num período de 1 a 7 dias.

Em ratos, a infusão de 50 mL/kg de peso corpóreo de solução de L-alanil-L-glutamina a 10%, 15%, 20% e 30% durante 4 horas/dia levou a espasmos tônicos, frequência respiratória aumentada e óbito.

A infusão de solução 10% na dose de 50 mL/kg de peso corpóreo (5 g de L-alanil-L-glutamina/kg peso) resultou em áreas necróticas no local da injeção, peso corpóreo reduzido e amarelamento dos rins em ratos (6 horas/dia) e um aumento temporário na frequência cardíaca em cães (8 horas/dia).

Investigações foram realizadas em cães (8 horas/dia) e em ratos (6 horas/dia) com 0,5 g e 1,5 g de L-alanil-Lglutamina/kg de peso corpóreo i.v. durante 13 semanas e com 4,5 g L-alanil-L-glutamina de peso corpóreo i.v. durante 6 semanas.

Em cães, ocorreu vômito. Com doses elevadas, foram observadas câimbras tônico/tônico-clônicas, salivação aumentada, ataxia, sedação e lateralização foram observadas.

Potencial carcinogênico e mutagênico:

Testes in vitro e in vivo não indicaram potencial mutagênico. Estudos investigando o potencial carcinogênico não foram realizados. Não são esperados efeitos carcinogênicos.

Toxicidade reprodutiva:

Estudos em animais não foram observadas indicações de danos teratogênicos (ou embriotóxicos) e peri/pós-natal até doses de 1,6 g de L-alanil-L-glutamina/kg peso/dia.

Tolerância local:

Após infusão repetida de L-alanil-L-glutamina/kg (solução 5% e 10%) por 13 semanas, reações de intolerância ocorreram nos locais de aplicação (inchaço, descoloração, necroses) em ratos e cães a partir de 0,5 g/kg peso.

Histopatologicamente, reações inflamatórias induzidas por substâncias com dermatite purulenta necroticans (branda a totalmente desenvolvida), osteomalácia da vértebra caudal, tromboflebite e periflebite foram observadas em ratos. Nos cães, reações inflamatórias perivasculares e, ocasionalmente, bloqueio venoso foram observados.

Os testes conduzidos em cães com tolerância local após administração única, intra-arterial, paravenosa e intramuscular não deram indicações de reações não usuais de intolerância com a administração incorreta.

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